Liga Guineense dos Direitos Humanos denuncia perseguição a ativista político

por Lusa

O presidente interino da Liga Guineense dos Direitos Humanos (LGDH), Bubacar Turé, denunciou hoje à Lusa uma alegada perseguição da polícia ao ativista Filinto Vaz, que teria proferido declarações políticas sobre a situação no país nas redes sociais.

Filinto Vaz é um conhecido ativista político do setor de Nhacra, no centro da Guiné-Bissau, e que regularmente emite opiniões próximas daquelas defendidas pelo Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC).

Bubacar Turé disse à Lusa ter sido contactado por familiares de Filinto Vaz sobre uma alegada perseguição de que estaria a ser alvo por parte da polícia e que neste momento "teve de fugir da sua residência" em Nhacra, para se "refugiar num lugar incerto".

"Exortamos as nossas autoridades policiais sobre a situação do Filinto Vaz. Se ele realmente colocar em causa a boa imagem e o bom-nome de alguém que seja intimado por vias judiciais a responder e não através de intimidação", observou o presidente da Liga dos Direitos Humanos.

Bubacar Turé observou que a Liga "ainda não tem todos os contornos" da situação de Filinto Vaz, mas está preocupada pelo facto deste "ter fugido e [estar] refugiado em parte incerta".

O dirigente da Liga dos Direitos Humanos afirmou que a sua organização "está a seguir de perto" o caso e espera que as autoridades irão procurar resolvê-lo "dentro da lei", o que, disse, passa pela emissão de mandado judicial que convoque o ativista.

A Guiné-Bissau passa por momentos de tensão política na sequência da dissolução do parlamento e demissão do Governo eleito, por decisão do Presidente do país, Umaro Sissoco Embaló, tomada no passado dia 04.

O líder do parlamento, Domingos Simões Pereira, que é igualmente presidente do PAIGC e da coligação Plataforma Aliança Inclusiva (PAI- Terra Ranka), que venceu as últimas eleições legislativas, tem rejeitado que o órgão tenha sido dissolvido.

Simões Pereira evoca a Constituição da República, que diz não ter sido seguida pelo chefe de Estado, já que impede a destituição do hemiciclo nos 12 meses seguintes à eleição que o constituiu, sendo que as legislativas se realizaram em junho último.

Tópicos
pub