Luaty Beirão em greve de fome

por RTP

A irmã de Luaty, Serena Mancini, anunciou que o activista luso-angolano entrou em greve de fome para poder permanecer detido no mesmo local e aí denunciar abusos que tem verificado contra os direitos humanos.

Segundo Serena Mancini,  o rapper e activista recusa-se a comer e não fala com ninguém. No site Rede Angola, refere-se que Luaty "foi transferido da cadeia de Viana para o Hospital-Prisão de São Paulo, onde as suas condições de detenção são substancialmente melhores, e começou o protesto por exigir que tenha as mesmas condições dos demais detidos".

A mulher do activista sublinhou que este "fora levado à força na tarde de ontem para o Hospital-Prisão de São Paulo". Mónica Beirão acrescentou ainda, em depoimento prestado àquele site: “Ainda não falei com ele. Ele se recusa. Não quer falar com ninguém".

E lembrou que, “em Viana, ele já denunciava algumas anomalias, como excessos de prisão preventiva e outras situações menos boas a que os presos eram submetidos. Ele não concordava que tinha que ser levado para um sítio diferente dos outros, talvez com melhores condições, quando a maioria dos presos ainda vive em condições precárias”.

A família só soube da transferência ao tentar entregar-lhe uma refeição, não podendo encontrar-se com ele, por já não estar na Cadeia da Comarca de Viana.

Ao Rede Angola, o porta-voz dos serviços prisionais, Menezes Cassoma, confirmou que foram transferidos para o Hospital-Prisão de São Paulo 12 dos 15 activistas ligados a Luaty Beirão. Entre eles encontram-se Nelson Dibango e Bingo Bingo, os únicos dos 15 homens condenados, que, tal como Luaty, permaneciam na Cadeia de Viana.

O mesmo porta-voz admitiu que a transferência resultara das constantes reclamações destes reclusos faziam sobre as condições da cadeia de Viana.
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