Lula da Silva pede a Donald Trump que retire tarifas e sanções

O presidente brasileiro pediu ao homólogo norte-americano a retirada das tarifas aplicadas aos produtos brasileiros e as sanções aplicadas contra autoridades brasileiras. Em comunicado, a presidência brasileira diz que a conversa de 30 minutos decorreu "em tom amistoso" e relembraram a "boa química" do encontro em Nova Iorque.

Andreia Martins - RTP /
Foto: Al Drago - Reuters

Menos de duas semanas após uma breve conversa entre Donald Trump e Lula da Silva por ocasião da Assembleia Geral das Nações Unidas, em Nova Iorque, os dois líderes voltaram a conversar, desta feita ao telefone. 

"O presidente Luiz Inácio Lula da Silva recebeu na manhã desta segunda-feira, 6 de outubro, telefonema do presidente Donald Trump, dos Estados Unidos", lê-se no comunicado do Palácio do Planalto. 

Essa conversa decorreu "em tom amistoso" durante 30 minutos e os dois líderes "relembraram a boa química" da troca de palavras a 23 de setembro, na sede da ONU. 
Há duas semanas, num discurso perante a Assembleia das Nações Unidas, o presidente brasileiro tinha denunciado "um ataque sem precedentes" ao poder judicial brasileiro por parte da Administração Trump.

"Os dois presidentes reiteraram a impressão positiva daquele encontro", lê-se no comunicado. 

Lula da Silva considerou que este contacto era "uma oportunidade para a restauração das relações amigáveis" entre "as duas maiores democracias do Ocidente". 

O presidente brasileiro que o Brasil "é um dos três países do G20 com quem os Estados Unidos mantêm superávit na balança de bens e serviços" e "solicitou a retirada da sobretaxa de 40% imposta a produtos nacionais", bem como das "medidas restritivas aplicadas contra autoridades brasileiras". 

O presidente Trump designou o secretário de Estado Marco Rubio para dar sequência às negociações com o vice-presidente brasileiro Geraldo Alckmin, o ministro dos Negócios Estrangeiros, Mauro Vieira e o ministro das Finanças, Fernando Haddad.
Encontro pessoal "em breve"

Nesta conversa, os dois líderes "acordaram encontrar-se pessoalmente em breve", tendo Lula da Silva sugerido um encontro na cimeira da ASEAN, que decorre na Malásia no final deste mês. 

Mas o líder brasileiro convidou ainda o presidente norte-americano para a COP30, que se realiza em novembro em Pará, no Brasil. "E também se predispôs a viajar para os Estados Unidos, adianta a presidência brasileira. 

Os dois presidentes "trocaram telefones para estabelecer via direta de comunicação", lê-se ainda o comunicado. 
"No Brasil ou nos Estados Unidos"

Horas depois do comunicado do Palácio do Planalto, o presidente norte-americano, Donald Trump, afirmou na rede Truth Social que teve "uma conversa telefónica muito boa" com o presidDesde o início de agosto que várias exportações brasileiras para os EUA estão sujeita a uma taxa 50%, em retaliação pela alegada "caça às bruxas" contra o ex-presidente brasileiro Jair Bolsonaro, aliado do movimento Trump.ente Lula da Silva. 

"Discutimos muita coisa, mas o foco foi sobretudo a Economia e o Comércio entre os nossos países", adiantou.

Trump afirmou ainda que ambos os líderes vão continuar a conversar e que se vão reunir "num futuro não muito distante, tanto no Brasil como nos Estados Unidos". 

"Gostei muito da conversa - os nossos países vão sair-se muito bem juntos!", acrescentou o líder norte-americano.
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