Para além das diferenças de política interna, Emmanuel Macron e Marine Le Pen propunham aos franceses dois projetos diametralmente opostos no que à Europa e à política externa diz respeito.
Numa corrida eleitoral fortemente marcada pelos desenvolvimentos a leste, com a guerra na Ucrânia a prolongar-se desde há dois meses, os protagonistas do conflito não deixaram de reagir aos resultados.
O presidente ucraniano Volodymyr Zelensky felicitou Emmanuel Macron pela reeleição. No Twitter, considerou que o presidente francês é “um verdadeiro amigo da Ucrânia” e disse esperar “vitórias comuns” dos dois países no futuro.
"Desejo-lhe sucesso para o bem do seu povo. Agradeço o seu apoio e estou convencido de que avançaremos juntos para novas vitórias comuns. Por uma Europa forte e unida!", acrescentou.
Ainda antes e já depois da invasão russa, Emmanuel Macron tem estado na linha da frente diplomática e de apoio à Ucrânia, mas também no diálogo permanente com o interlocutor de Moscovo, tendo mantido contacto regular com o presidente russo desde o início da crise.
Na capital russa, o presidente Vladimir Putin parabenizou Emmanuel Macron esta segunda-feira, desejando “sucesso” ao homólogo francês para o novo mandato.
De acordo com o Kremlin, Putin enviou um curto telegrama a Macron onde também diz esperar “boa saúde” ao presidente recém-eleito.
Um dos principais temas desta campanha foi precisamente a guerra em curso na Ucrânia, com Emmanuel Macron a atacar a rival, Marine Le Pen, pela proximidade ao poder na Rússia e pela complacência perante as agressões de Moscovo, nomeadamente com o reconhecimento da anexação da Crimeia, há oito anos.
Em concreto, Macron acusou ainda a candidata de extrema-direita de ter Vladimir Putin como seu “banqueiro”. Em 2017, o partido de Le Pen contraiu um empréstimo de 9 milhões de euros com um banco russo.
No domingo foi sobretudo a Europa a reagir em peso aos resultados, com vários líderes, incluindo em Portugal, a congratularem-se com o resultado obtido por Macron. Em várias capitais europeias, a notícia da vitória de Macron
foi recebida com alívio perante o perigo da ascensão da extrema-direita.
Do outro lado do mundo, a China reagiu aos resultados de ontem e felicitou Macron. De acordo com a televisão chinesa CCTV, o presidente Xi Jinping enviou uma mensagem de felicitação ao homólogo francês.
“Quero continuar a trabalhar com o Presidente Macron para defender [...], como desde o estabelecimento das nossas relações diplomáticas, os princípios da independência, da compreensão mútua, da clarividência e do benefício mútuo", refere o líder chinês.
Também o primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, felicitou o Presidente francês pela vitória nas eleições, apelando à cooperação entre Paris e Nova Deli em áreas como a defesa ou a economia.
"Parabéns ao meu amigo Emmanuel Macron por ter sido reeleito como presidente da França! Espero que continuemos a trabalhar juntos para aprofundar a parceria estratégica Índia-França", escreveu Modi na sua conta no Twitter.
Emmanuel Macron foi reeleito no domingo para um segundo mandato de cinco anos, tendo derrotado a candidata de extrema-direita, Marine Le Pen. Repete a vitória na segunda volta das eleições tal como aconteceu em 2017, mas com uma margem de vantagem menos expressiva.
Segundo os resultados oficiais definitivos, divulgados hoje pelo Ministério francês do Interior, Emmanuel Macron obteve 58,55 por cento dos votos, enquanto Marine Le Pen contabilizou 41,45%. Em 2017, no primeiro embate entre estes dois candidatos, Macron obteve 66,10% e Marine Le Pen conseguiu 33,90 por cento.
(com agências)