Malásia condena profanação do Corão na Holanda e na Suécia

por RTP
Hasnoor Hussain - Reuters

O governo malaio diz estar “horrorizado” pelos atos islamofóbicos que ocorreram nos dois países europeus. Em comunicado, o Ministério dos Negócios Estrangeiros condenou “nos termos mais fortes” a profanação do Corão, numa altura em que vários manifestantes se reuniram junto às embaixadas sueca e holandesa em Kuala Lumpur em protesto.

O governo malaio condena nesta forma as ações de um líder holandês de extrema-direita, Edwin Wagensveld, que no último domingo rasgou e pisou páginas do Corão em frente ao Parlamento, em Haia.

Já na quinta-feira, o ministro malaio dos Negócios Estrangeiros tinha convocado o embaixador sueco no país para expressar a “objeção e deceção” por parte do Governo, exigindo a medidas mais firmes depois de Rasmus Paluda, outro líder político de extrema-direita, ter queimado um Corão no último sábado junto à embaixada turca em Estocolmo.

“A Malásia reitera que o fanatismo, o racismo e qualquer forma de profanação das Sagradas Escrituras, independentemente da religião, são inaceitáveis e devem ser condenados”, defendeu o MNE malaio, exigindo às autoridades suecas a adoção de “medidas sérias” para combater “todas as formas de violência e ódio contra o Islão”.

Acrescenta que o direito à liberdade de expressão implica “certas responsabilidades” e pediu à Organização de Cooperação Islâmica e ao Conselho de Direitos Humanos da ONU para que a questão da proteção dos vários livros religiosos seja abordada “com urgência".

De acordo com a imprensa local, centenas de manifestantes reuniram-se esta sexta-feira junto às embaixadas da Suécia e dos Países Baixos.

A Malásia é um país de grande maioria de religião muçulmana (cerca de 60 por cento da população). O primeiro-ministro malaio, Anwar Ibrahim, considerou que os dois ataques foram “dois atos vis” e “crimes de ódio”, bem como “uma grave provocação contra os muçulmanos de todo o mundo”.
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