Mali perderá apoio da comunidade internacional se contratar mercenários russos - Paris

por Lusa

A França avisou hoje o Mali de que perderá o apoio da comunidade internacional e deixará de controlar o seu território, perdendo soberania, se contratar mercenários da empresa de segurança privada russa Wagner.

"Se o Mali entrar numa parceria com mercenários, vai isolar-se e perder o apoio da comunidade internacional, que está muito envolvida" no país, disse a ministra da Defesa francesa, Florence Parly.

Falando numa audição no senado francês, a governante acrescentou: "Se isso acontecer, o Mali abandonará áreas inteiras da sua soberania - basta olhar para o que se passa hoje na República Centro-Africana - e, longe de diversificar as suas parcerias, fechar-se-á numa relação de um para um com uma empresa mercenária".

Os mercenários da empresa Wagner estão presentes na Líbia e na República Centro-Africana, onde são acusados de abusos, reporta a agência francesa de notícias, a AFP, lembrando que Paris já tinha avisado Bamako que o envolvimento do grupo no pais seria incompatível com a presença militar francesa e de outras organizações internacionais.

"Para nós, as coisas são claras, não é possível coabitar com mercenários", reiterou hoje a governante.

A França começou a reorganizar a sua presença militar no Sahel em junho, deixando as suas bases mais a norte no Mali (Kidal, Timbuktu e Tessalit) e planeando reduzir as suas tropas na região até 2023 para 2.500 a 3.000 militares, contra os atuais mais de 5.000.

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