Um manifestante sírio foi morto hoje no nordeste da Síria ao ser atropelado por um veículo militar turco que fazia parte de uma patrulha conjunta com a Rússia, disseram um porta-voz curdo e o Observatório dos Direitos Humanos da Síria.
Segundo o Observatório dos Direitos Humanos na Síria, o homem estava no meio de um grupo de moradores da zona, que estava a atirar pedras e sapatos aos veículos da patrulha.
Vídeos divulgados online mostram o grupo a tentar subir para um dos veículos militares da patrulha e depois a gritar, aparentemente depois de o homem ter sido atropelado.
O Observatório adiantou que o homem foi atropelado na vila de Sarmasakh, perto da fronteira, por um veículo turco, que fazia parte da patrulha conjunta criada na sequência de um acordo de cessar-fogo mediado por Moscovo que forçou os combatentes curdos a saírem das áreas limítrofes da Turquia.
As patrulhas visam permitir à Turquia garantir que os grupos curdos sírios saem da zona de fronteira.
O acordo com a Rússia - e um outro realizado com os Estados Unidos - suspendeu uma invasão turca da Síria no mês passado, que visava grupos considerados como uma ameaça à segurança devido às suas ligações aos rebeldes curdos.
Outros vídeos feitos na área mostram homens, mulheres e crianças a atirar objetos aos veículos blindados da patrulha turco-russa quando estes passam perto de um cemitério.
Esta situação aconteceu a leste da cidade fronteiriça de Qamishli, de acordo com o Observatório sírio e a agência de notícias curda Hawar.
Nem as forças armadas turcas nem as russas comentaram o incidente.
O ministro da Defesa da Turquia explicou que as tropas estavam a patrulhar uma região entre Qamishli e Derik, a leste do rio Eufrates, e que eram apoiadas por drones, mas não avançou mais detalhes.
O Presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, avisou esta semana que ainda há combatentes curdos sírios ao longo da fronteira, apesar dos acordos separados com a Rússia e os Estados Unidos.
Erdogan também disse que as tropas turcas estavam a ser atacadas por alguns combatentes curdos sírios e avisou que a Turquia não "continuará a ser uma mera espetadora" desses ataques.
A ONU divulgou hoje que 92 civis morreram até agora na sequência da incursão da Turquia no nordeste da Síria.