Marcelo Rebelo de Sousa discursa no Parlamento de Timor-Leste

por RTP

Foto: António Cotrim - Lusa

O presidente da República participa no 20.º aniversário da restauração da independência de Timor-Leste. No Parlamento timorense, defendeu que Portugal "tem tentado sempre estar com Timor-Leste", mas defende que os 20 anos que se seguem devem conduzir a "um salto enorme em frente na ambição" entre os dois países.

O Presidente defende cimeiras bilaterais mais frequentes, um aprofundamento do caminho feito, defendendo áreas como língua, educação, cultura, segurança social, saúde, justiça, cooperação administrativas.

No entanto, defende também a exploração de novos eixos de entendimento, na economia, agroalimentar, na indústria farmacêutica, nas infraestruturas navais e portuárias, na energia, no património histórico, nos oceanos, no combate comum às alterações climáticas", comprometendo-se "com a resiliência das instituições, com o desenvolvimento económico, com a sustentabilidade".

o chefe de Estado português referiu-se à "ratificação por tantos Estados irmãos do acordo de mobilidade na CPLP", declarando: "É a abertura de um caminho, não é o fim de um caminho. É a abertura de um caminho para acordos bilaterais, nomeadamente entre Portugal e Timor-Leste tão importantes para a mobilidade, nomeadamente, dos nossos jovens".

Numa intervenção na sessão solene comemorativa dos 20 anos da Constituição da República Democrática de Timor-Leste, Marcelo Rebelo de Sousa apontou o acordo de mobilidade na Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) como "a abertura de um caminho para acordos bilaterais" nesta matéria.

O Presidente português lembrou ainda que Portugal tem tentado estar sempre com Timor, no apoio à entrada em organismos miultilaterais, lembrando a este propósito o apoio que neste momento dá ao ingresso de Timor no Conselho dos Direitos Humanos da ONU.

Para o chefe de Estado português, a causa de Timor-Leste foi a maior causa de Portugal vivida em democracia e argumenta que o mundo aprendeu com a luta do país pela independência.

O presidente agradeceu o “sinal de maturidade cívica e coragem” por o parlamento timorense o ter convidado a discursar nesta data no parlamento e elogiou Ramos Horta, por “estar na História” e “ser chamado a intervir de novo na História”, com o que isso implica de submissão ao escrutínio democrático. Elogiou a Constituição que também hoje é comemorada, destacando a capacidade de plasticidade e flexibilidade.

Nesta sessão intervieram também os representantes dos partidos com assento no parlamento timorense e o Presidente da República de Timor-Leste, José Ramos-Horta.

Marcelo Rebelo de Sousa deslocou-se a Timor-Leste especialmente para as cerimónias oficiais dos 20 anos da restauração da independência e de posse do novo Presidente timorense, José Ramos-Horta, nas quais representa o Estado português e a União Europeia.

Esta é a sua primeira visita oficial à República Democrática de Timor-Leste, centrada na capital, Díli, com um programa dividido por três dias, quinta-feira, hoje e sábado. O chefe de Estado regressa a Lisboa no domingo.
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