Meral Aksener, a candidata que quer derrubar Erdogan

por RTP
“Algumas pessoas chamam-me irmã, mas há muitos jovens que me chamam <i>Mãe Meral</i>. Eu gosto de ser uma mãe”, afirmou Aksener Huseyin Aldemir - Reuters

A candidata presidencial Meral Aksener é a única mulher a concorrer à Presidência da Turquia nas eleições do próximo dia 24 de junho. Aos 61 anos, lidera o que chama de “revolução yemeni” para pôr um ponto final na atual mão de ferro do poder político turco.

Meral Aksener tem percorrido as cidades turcas para recolher peças coloridas de tecido, conhecidas como yemeni, dos seus apoiantes. De acordo com a tradição turca, as discussões entre homens terminam quando uma mulher lança o seu véu ao chão.

Se vier a derrubar nas urnas o Presidente Recep Tayyip Erdogan, a candidata colocará em exposição os véus em Cankaya, na capital Ancara, onde se localiza o Palácio Presidencial. 

Aksener promete restaurar a democracia e consertar o sistema judiciário turco. “A Turquia tem sido governada por uma severa figura masculina por muito tempo”, disse à CNN, durante a sua campanha, prometendo mudanças no panorama político através da formação de centro-direita Bom Partido (IYI). 

Alguns dos seus seus admiradores chamam-lhe “a dama de ferro” da Turquia. Outros atribuem-lhe o nome de Asena, uma mítica loba azul que lidera as tribos turcas para fora do perigo. 

“Algumas pessoas chamam-me irmã, mas há muitos jovens que me chamam Mãe Meral. Eu gosto de ser uma mãe”, afirmou Aksener. 
A carreira política
O grande apelo de Aksener vai para além do género. A candidata à Presidência da Turquia iniciou a carreira política em 1994. Juntou-se ao Parlamento através do Partido do Caminho Verdadeiro (DYP), em 1995. 

Durante os oito meses após novembro de 1996, serviu como primeira-ministra do Interior da Turquia, quando os abusos dos Direitos Humanos eram violentos. Foi a primeira mulher a ocupar este cargo no país.

Ganhou credibilidade por enfrentar os militares que tentaram derrubar o governo civil no chamado “golpe pós-moderno”, em 1997. A 30 de junho do mesmo ano, Merel foi destituída do cargo.

Em 2011, juntou-se ao Partido da Ação Nacionalista (MHP). Meral fundou o Partido Bom (IYI) após deixar o MHP, quando o líder do partido, Devlet Bahceli começou a aproximar-se de Erdogan.

Embora Meral se encontre em terceiro lugar nas sondagens, as suas credenciais nacionalistas e conservadoras prometem continuar a atrair o apoio de muitas pessoas. O principal candidato da oposição, Muharrem Ince, ocupa o segundo posto nas intenções de voto.

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