Após vencer as eleições legislativas sem maioria absoluta, Mette Frederiksen conseguiu formar governo, tornando-se assim a mais jovem primeira-ministra do país. O novo Executivo de centro-esquerda está debaixo dos holofotes. Imigração e ambiente são temas quentes.
O "bloco vermelho" de partidos de esquerda, liderado pelos social-democratas, venceu as eleições com 25,9 por cento dos votos, obtendo 91 em 179 lugares. Porém, o Partido Liberal da Dinamarca obteve 23,4, o que pressionou Frederiksen.
Lars Løkke Rasmussen, do Partido Liberal (Venstre), também se propôs organizar uma "grande" coligação, mas a sugestão foi rejeitada. Formar uma aliança afigurava-se difícil, visto que a maioria dos restantes partidos de esquerda não apoia as políticas de imigração dos social-democratas.
Mas aconteceu. "É com grande prazer que anuncio que temos uma maioria para formar um novo governo", disse Frederiksen. A coligação é composta por social-democratas, Partido Social-liberal (Radikale Venstre), Partido Popular Socialista e Aliança Vermelha e Verde. As discussões duraram 20 dias, o período de negociações mais longo desde 1988.
Discórdia relativamente à imigração
Embora estes partidos partilhem vários princípios e objetivos, como a prioridade à crise climática, diferem no que concerne à imigração, o que sugere o acordo de um possível meio-termo.
Recentemente, os social-democratas têm apoiado algumas medidas associadas ao partido de extrema-direita, o Partido Popular Dinamarquês, ganhando algumas críticas pelo caminho por parte de associações humanitárias.
Têm argumentado, por exemplo, que as políticas de imigração devem ser mais rígidas para proteger o sistema de segurança social.
Apoiaram também a controversa proibição da burqa e do niqab em espaços públicos, decisão que impulsionou uma onda de protestos pelo país, em 2018.
Embora estes partidos partilhem vários princípios e objetivos, como a prioridade à crise climática, diferem no que concerne à imigração, o que sugere o acordo de um possível meio-termo.
Recentemente, os social-democratas têm apoiado algumas medidas associadas ao partido de extrema-direita, o Partido Popular Dinamarquês, ganhando algumas críticas pelo caminho por parte de associações humanitárias.
Têm argumentado, por exemplo, que as políticas de imigração devem ser mais rígidas para proteger o sistema de segurança social.
Apoiaram também a controversa proibição da burqa e do niqab em espaços públicos, decisão que impulsionou uma onda de protestos pelo país, em 2018.
Por outro lado, apoiaram ainda uma lei, aprovada em 2016, que permite o confisco de bens valiosos dos refugiados pelas autoridades dinamarquesas, para ajudar a pagar os custos do seu processamento pelo Estado.
A primeira-ministra estará agora debaixo dos holofotes, tendo de responder às promessas que fez relativamente ao ambiente – reduzir 70 por cento das emissões dos gases de efeito de estufa – e quanto à imigração.
Frederiksen apresentará o acordo de governação na próxima quinta-feira.
Frederiksen apresentará o acordo de governação na próxima quinta-feira.