Milhares exigem em Israel comissão de investigação ao 07 de Outubro

Milhares de pessoas concentraram-se hoje em várias cidades de Israel para exigir uma comissão de investigação às falhas de segurança ocorridas nos ataques dos islamitas do Hamas em 07 de outubro de 2023 no sul do país.

Lusa /

Segundo a imprensa israelita, as manifestações foram realizadas junto do Ministério da Defesa em Telavive e também em Haifa, no norte de Israel, e noutras localidades do país.

Os protestos antigovernamentais são agora dirigidos à criação de uma comissão aos acontecimentos do 07 de outubro, que levaram ao conflito na Faixa de Gaza, após quase dois anos de amplas concentrações semanais a exigir ao executivo chefiado por Benjamin Netanyahu negociações para libertar os reféns em posse das milícias palestinianas.

Desde o acordo de cessar-fogo em vigor a partir de 10 de outubro no território, falta apenas resgatar três corpos do total de reféns (20 vivos e 28 mortos) no âmbito do compromisso com o Hamas.

Apesar das sondagens que mostram uma maioria favorável à criação de uma comissão de investigação dos ataques liderados pelo Hamas, Benjamin Netanyahu opôs-se, alegando que poderia afetar o curso da guerra, uma argumentação que os manifestantes dizem já não fazer sentido com a trégua em vigor.

"Deve ser uma comissão equilibrada que ouça todos, investigue todos e goze da máxima confiança pública. A única forma de garantir essa confiança é através de um amplo consenso sobre a composição da comissão. Nesta comissão de consenso, serei o primeiro a apresentar-me", disse Netanyahu recentemente no Knesset (parlamento), sem adiantar qualquer compromisso nesse sentido.

O dia 07 de outubro de 2023 representou um fracasso histórico dos serviços de segurança e de informação de Israel, quando milícias lideradas pelo Hamas invadiram o sul do país e massacraram cerca de 1.200 pessoas, levando outras 251 como reféns.

Em retaliação, Israel lançou uma operação militar em grande escala na Faixa de Gaza, que provocou mais de 69 mil mortos, segundo as autoridades locais controladas pelo Hamas, a destruição de quase todas as infraestruturas do território e a deslocação forçada de centenas de milhares de pessoas.

O acordo de cessar-fogo prevê a troca de prisioneiros e de corpos entre as partes, a retirada parcial das forças israelitas do enclave e o acesso de ajuda humanitária ao território.

A etapa seguinte, ainda por acordar, prevê a continuação da retirada israelita, o desarmamento do Hamas, bem como a reconstrução e a futura governação do enclave.

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