Ministros da NATO discutem conflito na Ucrânia

por Lusa
A guerra na Ucrânia continua a ocupar os decisores da NATO Alessandro Guerra - EPA

Os ministros dos Negócios Estrangeiros da NATO reúnem-se esta quarta-feira em Bruxelas para discutir o conflito na Ucrânia e a cooperação no Indo-Pacífico, no primeiro encontro da Suécia enquanto aliado e de Paulo Rangel como chefe da diplomacia portuguesa.

A reunião, que se prolonga até quinta-feira, serve igualmente para marcar o 75.º aniversário da Aliança Atlântica, organização da qual Portugal é um dos membros fundadores e que atualmente conta com 32 países-membros, após a entrada da Finlândia e da Suécia (este último em março).

O principal tópico da agenda dos trabalhos é o mesmo dos últimos dois anos, a invasão russa da Ucrânia, e para isso vai haver mais uma reunião do Conselho NATO-Ucrânia, estrutura criada há cerca de um ano com a finalidade de aproximar o país invadido da Aliança Atlântica, enquanto a adesão formal não pode ser abordada.

O encontro ocorre num momento em que Kiev tem criticado as hesitações de alguns países no envio de apoio militar e que tem intensificado os apelos para mais armamento de forma a responder à intensificação dos ataques russos registada nos últimos meses.

Kiev tem insistentemente pedido mais munições e sistemas de defesa antiaérea para tentar debelar os possíveis progressos de Moscovo no campo de batalha, com o final do inverno e o degelo em território ucraniano a abrir caminho para a movimentação na frente de batalha.

A possibilidade de o apoio norte-americano "secar", com uma eventual vitória do republicano Donald Trump nas eleições presidenciais de novembro, preocupa a Ucrânia e também os países da NATO, que olham para o reforço imediato das capacidades militares ucranianas como única maneira de assegurar que a Rússia não conquista mais território e é empurrada para negociações que conduzam a um cessar-fogo.

Os países mais próximos do flanco leste olham com preocupação para o desenrolar do conflito. O primeiro-ministro polaco, Donald Tusk, disse recentemente que o clima é "de pré-guerra", enquanto o Ppesidente francês, Emmanuel Macron, admitiu enviar tropas para a Ucrânia.

Mas a embaixadora dos Estados Unidos para NATO, Julianne Smith, descartou os dois cenários: "Não há indicações de que uma guerra da Rússia seja iminente no território da NATO" e "os EUA não apoiam o envio de tropas para combater a Ucrânia", disse na terça-feira.






Os ministros também vão discutir maneiras de reforçar a cooperação com os países do Indo-Pacífico, numa altura em que a alteração do panorama geopolítico internacional também vai conduzir ao reenquadramento da relação com a China.

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