Moçambique. PM pede maior coordenação entre as entidades que apoiam a reconstrução

por Lusa

O primeiro-ministro moçambicano, Carlos Agostinho do Rosário, pediu hoje maior coordenação entre as entidades que apoiam a reconstrução um ano após a passagem de dois ciclones em Moçambique.

"Precisamos de melhor coordenação. Coordenação com os setores específicos e com parceiros. Esta é a chave do sucesso", disse Carlos Agostinho do Rosário, falando hoje na cidade da Beira durante uma reunião do Gabinete de Reconstrução Pós-Ciclones.

Para o primeiro-ministro moçambicano, um ano após a passagem do ciclone Idai no centro de Moçambique, é altura de analisar o trabalho feito, num processo que deve envolver todos os ministérios, incluindo os parceiros.

"O gabinete é o nosso instrumento de coordenação. Temos muitas agências e parceiros e todos eles querem trabalhar com as populações. É necessário coordenar isso", declarou o governante, acrescentando que o trabalho feito até agora mereceu uma "nota positiva"

Além disso, Carlos Agostinho do Rosário apontou a transparência como outro ponto fundamental, considerando serem necessários projetos concretos para que os parceiros desembolsem os apoios.

Em maio do ano passado, o Governo moçambicano organizou uma Conferência Internacional de Doadores na Beira, num evento em que o executivo anunciou que precisava de um orçamento total de 3,2 mil milhões de dólares para a reconstrução das infraestruturas destruídas pelos ciclones Idai e Kenneth, este último que afetou o norte do país.

Durante o evento, os parceiros comprometeram-se a desembolsar 1,3 mil milhões de dólares, o que levou o executivo a continuar a busca pelos apoios.

"Saímos de 1,3 mil milhões de dólares para 1,5 mil milhões de dólares agora em termos de intenção de apoios. O nosso trabalho é continuar a mobilizar mais apoios, mas também começar a olhar para o que já conseguimos", afirmou à imprensa a coordenadora do Gabinete de Reconstrução, Maria da Nádia.

O ciclone Idai atingiu o centro de Moçambique em março, provocando 604 mortos e afetando cerca de 1,8 milhões de pessoas.

Pouco tempo depois, Moçambique voltou a ser atingido por um ciclone, o Kenneth, que se abateu sobre o norte do país em abril, matando 45 pessoas e afetando outras 250.000.

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