Em todo o mundo, morre de fome uma pessoa a cada quatro segundos. A denúncia é de mais de 200 organizações não-governamentais que apelam aos líderes mundiais para que atuem de forma a combater "a crise global de fome".
"Atualmente, 345 milhões de pessoas em todo o mundo sofrem de fome aguda, número que mais do que duplicou desde 2019", sublinham as 238 organizações.
A carta aberta foi publicada a propósito do início da Assembleia Geral das Nações Unidas, onde um grande número de líderes políticos, mas também representantes da sociedade civil se reúnem durante uma semana para aquele que é considerado o encontro diplomático mais importante do mundo.
“Apesar das promessas dos líderes mundiais de nunca mais permitir a fome no século XXI, a fome é mais uma vez iminente na Somália. Em todo o mundo, 50 milhões de pessoas estão à beira da fome em 45 países”, referem num comunicado de imprensa.
Em todo o mundo, “a vida das pessoas nos contextos mais frágeis está a ser devastada por uma crise alimentar global, alimentada por uma mistura de conflitos, alterações climáticas, custos crescentes e crises económicas, exacerbadas pela covid-19 e o conflito na Ucrânia”.
Pelo menos 50 milhões de pessoas estão, atualmente, “a um passo da fome”. E mais de 345 milhões estão já a sobreviver à fome, “lutando para alimentar as famílias e correndo risco de morte”.
Falta de ação dos governos
Na carta dirigida aos líderes mundiais, as ONG frisam que “falta de ação tem consequências horríveis na vida real e na morte” das pessoas mais vulneráveis.
“A comunidade internacional e os governos nacionais não estão a cumprir o seu dever e priorizaram os interesses políticos e económicos em vez do bem-estar das crianças, famílias e comunidades mais vulneráveis do mundo”, continuam, relembrando que “num mundo de fartura, deixar as pessoas passarem fome é uma escolha política”.
Para Mohanna Ahmed Ali Eljabaly, da Yemen Family Care Association, entre os signatários da carta, “é abismal que com toda a tecnologia na agricultura e técnicas de colheita hoje ainda estejamos a falar sobre a fome no século XXI”.
“Não se trata de um país ou um continente e a fome nunca tem apenas uma causa. É sobre a injustiça da humanidade”, lamentou.
Por essa razão, considera que não se pode “esperar mais para nos concentrar tanto no fornecimento imediato de alimentos que salvam vidas como no apoio a longo prazo para que as pessoas possam cuidar do seu futuro e se prover a si e às famílias”.
“Perdemos repetidamente a oportunidade de impedir que a fome e as dificuldades aconteçam, em primeiro lugar, não respondendo com rapidez suficiente aos alertas precoces para salvar vidas, construir resiliência e fazer os investimentos inteligentes necessários para enfrentar crises de fome de forma sustentável a longo prazo”, termina a carta. “A falta de vontade política e o fracasso institucional em agir rapidamente antes que o pior dos casos aconteça significa que as pessoas estão a ser deixadas à sua mercê de crise em crise”.
Na carta dirigida aos líderes mundiais, as ONG frisam que “falta de ação tem consequências horríveis na vida real e na morte” das pessoas mais vulneráveis.
“A comunidade internacional e os governos nacionais não estão a cumprir o seu dever e priorizaram os interesses políticos e económicos em vez do bem-estar das crianças, famílias e comunidades mais vulneráveis do mundo”, continuam, relembrando que “num mundo de fartura, deixar as pessoas passarem fome é uma escolha política”.
Para Mohanna Ahmed Ali Eljabaly, da Yemen Family Care Association, entre os signatários da carta, “é abismal que com toda a tecnologia na agricultura e técnicas de colheita hoje ainda estejamos a falar sobre a fome no século XXI”.
“Não se trata de um país ou um continente e a fome nunca tem apenas uma causa. É sobre a injustiça da humanidade”, lamentou.
Por essa razão, considera que não se pode “esperar mais para nos concentrar tanto no fornecimento imediato de alimentos que salvam vidas como no apoio a longo prazo para que as pessoas possam cuidar do seu futuro e se prover a si e às famílias”.
“Perdemos repetidamente a oportunidade de impedir que a fome e as dificuldades aconteçam, em primeiro lugar, não respondendo com rapidez suficiente aos alertas precoces para salvar vidas, construir resiliência e fazer os investimentos inteligentes necessários para enfrentar crises de fome de forma sustentável a longo prazo”, termina a carta. “A falta de vontade política e o fracasso institucional em agir rapidamente antes que o pior dos casos aconteça significa que as pessoas estão a ser deixadas à sua mercê de crise em crise”.