Morre sob custódia do Estado coronel venezuelano acusado de corrupção

por Lusa
O suspeito foi detido no âmbito de uma investigação num esquema de corrupção no caso PDVSA-Cripto Martinez Casares - Reuters

As autoridades venezuelanas anunciaram a morte do coronel Marino Lugo Aguillar, sob custódia do Estado, detido por suspeita de envolvimento num esquema com criptomoedas no setor petrolífero.

O Ministério Público (MP) venezuelano disse que Marino Lugo Aguilar, antigo diretor de "mercados" da empresa estatal Petróleos da Venezuela SA (PDVSA), foi encontrado morto num centro de reclusão.

"No local foi constatado que o cidadão falecido era Marino José Lugo Aguilar. As provas recolhidas pelos especialistas estabelecem preliminarmente que a morte ocorreu por enforcamento", escreveu o MP na rede social X (antigo Twitter), citando funcionários especializados em patologia, medicina legal e criminalística da Direção Geral de Apoio à Investigação Criminal do MP.

O MP explicou que o suspeito foi detido no âmbito de uma investigação num esquema de corrupção no caso PDVSA-Cripto.

"Marino Lugo era acusado dos crimes de apropriação ou desvio de bens públicos, conspiração para a celebração de contratos, evasão de procedimentos, controlos ou restrições em concursos, legitimação de capitais, traição à pátria e associação (para cometer delito)", indicou.

A detenção de Marino Lugo ocorreu depois de, em 9 de abril, as autoridades venezuelanas terem anunciado a detenção de dois antigos ministros suspeitos de corrupção e envolvimento num esquema com criptomoedas no setor petrolífero.

Os antigos governantes em questão são Tareck El Aissami, ex-ministro do Petróleo e ex-presidente da PDVSA, e Simón Alejandro Zerpa, ex-ministro das Finanças e ex-presidente do Fundo de Desenvolvimento Nacional (Fonden), tendo sido também detido o empresário Samark López.

O procurador-geral da Venezuela, Tarek William Saab, disse que El Aissami, López e Zerpa vão ser acusados de vários crimes, incluindo traição à pátria, apropriação indevida de bens públicos e associação criminosa.

Tarek Saab afirmou que os detidos realizaram operações ilegais, atribuíram carregamentos de petróleo, sem controlo administrativo nem garantias, em violação das normas contratuais da empresa estatal, e por isso não foram efetuados os pagamentos correspondentes à petrolífera estatal.

A investigação, que começou em março do ano passado, abrangeu quase duas centenas de pessoas, das quais 54 já foram detidas.

Em 20 de março de 2023, Maduro ordenou uma reestruturação, ao mais alto nível, na PDVSA e nos tribunais do país, como parte de uma estratégica governamental anticorrupção.

 

 

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