Nagorno-Karabakh França alerta para risco de "internacionalização do conflito"

por Lusa

França alertou hoje o Azerbaijão e a Arménia para os riscos de uma "internacionalização do conflito" no enclave do Nagorno-Karabakh e de uma "escalada incontrolável".

"Alertei os meus interlocutores para a ameaça que representaria uma internacionalização do conflito", afirmou o ministro dos Negócios Estrangeiros francês, Jean-Yves Le Drian, depois de contactos telefónicos com os seus homólogos arménio e azeri.

A Arménia acusa a Turquia de estar militarmente envolvida no conflito, enviando para o Azerbaijão equipamentos, conselheiros militares e mercenários sírios pró-turcos, o que é negado pela Turquia.

Na quinta-feira, o Presidente francês, Emmanuel Macron, disse ter informações seguras de que pelo menos 300 `jihadistas` saíram da Síria para o Azerbaijão através da Turquia.

O ministro francês disse ainda ter reafirmado aos seus interlocutores "a necessidade urgente de uma cessação das hostilidades, rápida e sem condições prévias".

"O prolongamento [das hostilidades] só fará com que aumente o número de vítimas, nomeadamente civis, e o custo material e humano para as duas partes, bem como a ameaça de uma escalada incontrolável entre a Arménia e o Azerbaijão", disse Jean-Yves Le Drian.

França, que preside com os Estados Unidos e a Rússia ao grupo de Minsk, encarregado de mediar o conflito, está determinada a "desempenhar o seu papel de maneira imparcial para a cessação das hostilidades e o rápido relançamento de negociações substantivas e sem condições prévias", acrescentou.

O Nagorno-Karabakh é parte do Azerbaijão, mas a sua população é maioritariamente arménia.

No final dos anos 1980, o parlamento regional do enclave aprovou a integração do território na Arménia, desencadeando uma guerra que fez cerca de 30.000 mortos e só terminou em 1994 com a assinatura de um cessar-fogo.

Desde então, ocorreram várias violações do cessar-fogo, designadamente em 2016, e desde domingo registaram-se os mais intensos combates em anos, com as duas antigas repúblicas soviéticas a acusarem-se mutuamente de ter iniciado as hostilidades.


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