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"Não preciso de um irmão mais velho". Apoio de Trump divide extrema-direita europeia
A nova Estratégia de Segurança Nacional dos Estados Unidos, apresentada pela administração de Donald Trump, está a causar discórdias dentro dos partidos da extrema-direita europeia.
Enquanto alguns veem no apoio norte-americano uma oportunidade de reforço político, outros — como o Rassemblement National (ou Reagrupamento Nacional) — rejeitam qualquer apoio externo, defendendo a soberania e a autonomia das decisões nacionais.
O documento estratégico norte-americano divulgado na passada sexta-feira, alerta para um alegado “apagamento civilizacional” da Europa, devido à Imigração, ao declínio demográfico e à perda de identidades nacionais, e elogia a ascensão de “partidos patrióticos” no continente.Na Alemanha, a Alternativa para a Alemanha (AfD) acolheu o apoio vindo de Washington como uma oportunidade estratégica para quebrar o isolamento político.
“Este é um reconhecimento direto do nosso trabalho”, afirmou o eurodeputado Petr Bystron, destacando que a defesa da “soberania, remigração e paz” coincide com as prioridades enumeradas pela administração Trump.
A co-presidente Alice Weidel, foi ainda mais longe ao apresentar a estratégia norte-americana como validação da necessidade da AfD no panorama político alemão.
No entanto, em França, Jordan Bardella, líder do Rassemblement National, disse estar de acordo com a agenda anti-imigração de Trump, mas foi claro ao rejeitar qualquer forma de influência dos EUA sobre a política francesa.
“Sou francês, por isso não gosto de vassalagem e não preciso de um irmão mais velho como Trump para decidir o destino do meu país”, afirmou ao jornal britânico Telegraph.
As diferenças entre a AfD e o Rassemblement National revelam mais cálculos internos do que divergências ideológicas.
Enquanto o partido alemão vê vantagens em associar-se ao presidente norte-americano para quebrar o isolamento e pressionar os conservadores alemães a aceitarem coligações, o Rassemblement National teme que a proximidade a Trump afaste eleitores. Em França, o presidente norte-americano continua impopular, mesmo entre parte do eleitorado do partido de Marine Le Pen.
O debate ultrapassou o plano partidário e chegou às instituições europeias. O presidente do Conselho Europeu, António Costa, criticou a estratégia dos EUA, afirmando que “a Europa não pode aceitar uma ameaça de interferência na sua vida política”.
Trump respondeu, reiterando que apoiará líderes e forças políticas europeias que partilhem da sua visão, descrevendo a Europa como um conjunto de nações “em decadência” com dirigentes “fracos”.
Washington defende que a Europa deve “sustentar-se por si própria” na defesa, resistindo à influência de “potências adversárias”, e insiste no apoio explícito a partidos nacionalistas que considera alinhados com os seus objetivos estratégicos.
Num momento em que a influência externa volta ao centro do debate europeu, as discórdias prometem intensificar-se e o debate sobre o grau de autonomia política da Europa face aos Estados Unidos mantem-se em constante desenvolvimento.
O documento estratégico norte-americano divulgado na passada sexta-feira, alerta para um alegado “apagamento civilizacional” da Europa, devido à Imigração, ao declínio demográfico e à perda de identidades nacionais, e elogia a ascensão de “partidos patrióticos” no continente.Na Alemanha, a Alternativa para a Alemanha (AfD) acolheu o apoio vindo de Washington como uma oportunidade estratégica para quebrar o isolamento político.
“Este é um reconhecimento direto do nosso trabalho”, afirmou o eurodeputado Petr Bystron, destacando que a defesa da “soberania, remigração e paz” coincide com as prioridades enumeradas pela administração Trump.
A co-presidente Alice Weidel, foi ainda mais longe ao apresentar a estratégia norte-americana como validação da necessidade da AfD no panorama político alemão.
No entanto, em França, Jordan Bardella, líder do Rassemblement National, disse estar de acordo com a agenda anti-imigração de Trump, mas foi claro ao rejeitar qualquer forma de influência dos EUA sobre a política francesa.
“Sou francês, por isso não gosto de vassalagem e não preciso de um irmão mais velho como Trump para decidir o destino do meu país”, afirmou ao jornal britânico Telegraph.
As diferenças entre a AfD e o Rassemblement National revelam mais cálculos internos do que divergências ideológicas.
Enquanto o partido alemão vê vantagens em associar-se ao presidente norte-americano para quebrar o isolamento e pressionar os conservadores alemães a aceitarem coligações, o Rassemblement National teme que a proximidade a Trump afaste eleitores. Em França, o presidente norte-americano continua impopular, mesmo entre parte do eleitorado do partido de Marine Le Pen.
O debate ultrapassou o plano partidário e chegou às instituições europeias. O presidente do Conselho Europeu, António Costa, criticou a estratégia dos EUA, afirmando que “a Europa não pode aceitar uma ameaça de interferência na sua vida política”.
Trump respondeu, reiterando que apoiará líderes e forças políticas europeias que partilhem da sua visão, descrevendo a Europa como um conjunto de nações “em decadência” com dirigentes “fracos”.
Washington defende que a Europa deve “sustentar-se por si própria” na defesa, resistindo à influência de “potências adversárias”, e insiste no apoio explícito a partidos nacionalistas que considera alinhados com os seus objetivos estratégicos.
Num momento em que a influência externa volta ao centro do debate europeu, as discórdias prometem intensificar-se e o debate sobre o grau de autonomia política da Europa face aos Estados Unidos mantem-se em constante desenvolvimento.