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NATO. Ucrânia quer mais do que promessas de "porta aberta", diz Zelensky

por Andreia Martins - RTP
Os presidentes lituano, ucraniano e polaco durante a segunda Cimeira do Triângulo de Lublin, que decorreu esta quarta-feira em Lviv, na Ucrânia. EPA

O presidente ucraniano pediu esta quarta-feira à Aliança Atlântica para que faça mais do que apenas prometer uma "porta aberta". A partir de Lviv, ao lado dos chefes de Estado da Polónia e da Lituânia, Volodymyr Zelensky adiantou que a Ucrânia precisa de "passos poderosos" na adesão e apontou à cimeira da NATO que se realiza em julho, na cidade de Vilnius, como o momento de todas as decisões.

“Hoje, somente o apoio à Ucrânia por parte dos parceiros da NATO e o apoio na forma retórica de portas abertas não é suficiente para a Ucrânia. Não é suficiente para motivar o nosso país, os nossos soldados”, vincou Zelensky numa declaração a partir de Lviv, depois de conversações com os presidentes da Polónia e Lituânia.

O encontro entre os três chefes de Estado ocorreu no âmbito da segunda cimeira do “Triângulo de Lublin”, uma aliança regional que junta a Lituânia, a Polónia e a Ucrânia e que tem como propósito apoiar a entrada deste último país na União Europeia.

“Precisamos de dar passos em frente. A decisão será tomada em Vilnius, esperamos por esses passos poderosos e contamos com algo mais do que apenas portas abertas”
, acrescentou o presidente ucraniano, ao lado de Andrezej Duda e Gitanas Nausèda, chefes de Estado de dois países que fazem parte da NATO.

Os três líderes não adiantaram mais detalhes, mas a referência direta de Zelensky à capital lituana poderá dever-se à próxima cimeira da Aliança Atlântica, agendada para o próximo mês de julho em Vilnius.

Ao lado do presidente ucraniano, o homólogo polaco garantiu que Varsóvia irá enviar 14 tanques Leopard para a Ucrânia, material que Kiev tem vindo a pedir à Alemanha. Por sua vez, também o líder lituano garantiu que o país vai “continuar a dar assistência de defesa” à Ucrânia.

Volodymyr Zelensky agradeceu aos dois chefes de Estado através de uma mensagem no Telegram. "Hoje posso dizer uma palavra importante para a nossa defesa e para a nossa defesa comum - da Ucrânia como da Europa. A palava é 'tanques'. Felicito esta decisão - tomada pela Polónia, por Andrzej Duda e pelo Governo da Polónia", adiantou.

E acrescentou, em referência à ajuda lituana: "Agradeço à Lituânia, agradeço pessoalmente a Gitanas Nausèda, pela decisão de transferir sistemas antiaéreos para a Ucrânia, o que irá fortalecer a proteção do nosso sistema energético, em particular contra ataques de drones".

"Em nome de todos os ucranianos, agradeço a todos os polacos e lituanos pela sua prontidão em continuar connosco até à nossa vitória. Vamos garantir isso mesmo juntos, como irmãos, como aliados, entre iguais no mundo livre", concluiu o presidente ucraniano.

Entretanto, no Twitter, o ministro ucraniano dos Negócios Estrangeiros indicou que falou com o secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg, e juntos discutiram “os preparativos para a cimeira em Vilnius”.


“Durante a nossa chamada telefónica, agradeci a Jens Stoltenberg pelo apoio à Ucrânia em 2022 e pedi para que se mantivesse. Discutimos os preparativos para a cimeira de para a cimeira em Vilnius”, adiantou.

O chefe da diplomacia ucraniana disse ainda ter fornecido informação atualizada sobre “a situação na linha da frente”, para além de ter enfatizado “a importância de fornecer à Ucrânia tanques de tipo Ocidental”.

Em 2008, os líderes da NATO prometeram à Ucrânia que um dia poderia integrar a aliança, mas a adesão plena parece neste momento distante, até pelo contexto de guerra. Para que se concretize, a adesão deve ser aprovada por todos os 30 membros da Aliança Atlântica.

Nesta altura, meses após Finlândia e Suécia terem apresentado a candidatura à NATO, ainda não há um consenso para a entrada destes dois países, com a Hungria e a Turquia que continuam a bloquear um aval em uníssono.

c/ agências
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