Nino Vieira foi assassinado esta madrugada

por Alexandre Brito, RTP
Estado-Maior-General das Forças Armadas garantem obediência ao poder político Lusa

O presidente da Guiné-Bissau, Nino Vieira, não sobreviveu a um ataque perpetrado na residência onde morava. Horas antes, o Chefe do Estado-Maior-General das Forças Armadas morreu num atentado à bomba.

O Presidente da Guiné-Bissau morreu após um ataque realizado por militares das Forças Armadas à sua casa. Horas antes o Chefe do Estado-Maior-General das Forças Armadas, o general Tagmé Na Waié, morreu num atentado à bomba.

Portugal pede a mobilização da comunidade internacional

Em declarações à RTP, o ministro português dos Negócios Estrangeiros afirmou que “até ao momento” não há “nenhum incidente envolvendo cidadãos portugueses em Bissau. Esperemos que esta situação se mantenha”.

Luís Amado afirmou que “ é fundamental que a comunidade internacional se mobilize. A Guiné-Bissau é um Estado muito fragilizado, com instituições muito vulneráveis e quando vemos simultaneamente serem decapitadas as Forças Armadas e a Presidência da República a nossa primeira preocupação é garantir que se reponha rapidamente a ordem constitucional”.

O Governo português garante que “tem estado a trabalhar no sentido de, em contacto com as autoridades regionais, com o país e também parceiros, criar condições para que rapidamente este vazio seja ultrapassado e a ordem constitucional seja retomada em Bissau”.

Estado-Maior-General das Forças Armadas garante obediência ao poder político

Num comunicado assinado pelo capitão de Mar Zamora Induta, o Estado Maior-General das Forças Armadas da Guiné-Bissau garantiu que vai obedecer ao poder político e às instituições da República e apelou à calma.

Lê-se no comunicado que “no dia 1 de Março, pelas 19h41, uma bomba colocada por indivíduos ainda não identificados explodiu no edifício principal do Estado-Maior vitimando mortalmente o General Tagmé Na Waié, tendo deixado gravemente feridos três escoltas seus quando subiam para o gabinete.”

E acrescenta: “Não obstante as medidas tomadas para evitar possíveis dissabores, um grupo de cidadãos por identificar assaltou a residência do Presidente da República tendo-o baleado até à morte”.

A instituição militar informa que “a situação está sob controlo” e “apela à população para se manter calma e serena e não abandonar as residências”.

CPLP convoca reunião extraordinária

Perante a situação, a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) informou que ainda hoje ira ter uma reunião extraordinária para debater a situação na Guiné-Bissau.

A reunião irá ocorrer na sede da CPLP, em Lisboa.

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