Nobel da Física premeia descobertas de segredos obscuros do Universo

por RTP
Nobel Media

A Academia sueca atribuiu esta terça-feira o Prémio Nobel da Física a Roger Penrose, Reinhard Genzel e Andrea Ghez por descobertas na área dos "segredos mais obscuros do Universo", designadamente pelas descobertas sobre buracos negros.

O físico britânico Roger Penrose venceu o prémio por descobrir que a formação de buracos negros "é uma previsão robusta da teoria geral da relatividade", considerou a Academia.

Quanto ao alemão Ghenzel e à norte-americana Ghez, venceram o Nobel da Física pela descoberta de "um objeto compacto supermassivo no centro" da Via Láctea.

O anúncio do prémio foi feito em Estocolmo pelo secretário-geral da Academia, Goran Hansson, que afirmou que, devido à pandemia, quer as palestras dos laureados quer a cerimónia de atribuição do prémio se realizarão remotamente, por videoconferência, devido às restrições impostas pela pandemia da Covid-19.

Roger Penrose, professor da Universidade britânica de Oxford receberá metade do prémio pecuniário de cerca de 950 mil euros, enquanto Andrea Ghez e Reinhard Genzel, ambos professores da Universidade da Califórnia, repartirão o resto.Quem são os laureados?

Roger Penrose, que nasceu a 8 de agosto de 1931 no Reino Unido, é um físico matemático e filósofo da ciência, professor emérito da Cátedra Rouse Ball de matemática da Universidade de Oxford.

Em 1995, quando ainda estudava matemática na University College London, reinventou a matiz inversa generalizada (também conhecida como inversa Moore-Penrose).

Penrose provou, em 1965, que singularidades (tais como o buraco negro) poderiam ser formadas a partir do colapso gravitacional de imensas estrelas moribundas.

Reconhecido por seus trabalhos em física matemática, em particular por suas contribuições para a relatividade geral e a cosmologia, Penrose tem contribuições em matemática recreativa e na filosofia. Recebeu a Medalha Copley de 2008,[2] "por suas ideias originais em diversas áreas da matemática e da física matemática.

Andrea Mia Ghez, que nasceu a 16 de junho de 1965 em Chicago, é professora do Departamento de Física e Astronomia da Universidade da Califórnia em Los Angeles.[2] Em 2000 a revista Discover listou-a como um dos 20 cientistas de topo nos Estados Unidos que mostraram elevado grau de entendimento em seus campos respetivos. Foi eleita membro da Academia Nacional de Ciências dos Estados Unidos em 2004.

As pesquisas atuais envolvem o uso de técnicas de imagem de alta resolução espacial, tal como o sistema ótico adaptativo do Observatório W. M. Keck para estudar regiões de formação de estrelas e o buraco negro supermaciço no centro da Via Láctea, conhecido como Sagittarius A. Ghez usa a cinemática das estrelas próximas ao centro da Via Láctea como uma sonda para investigar esta região. A alta resolução do telescópio Keck proporcionou melhoras significativas sobre o primeiro grande estudo da cinemática do centro galáctico do grupo de Reinhard Genzel.

Reinhard Genzel nasceu a 24 de março de 1952 em Bad Homburg vor der Höhe, na Alemanha. Estudou física na Universidade de Freiburgo e na Universidade de Bona, onde fez seu doutorado em 1978 e, no mesmo ano, a tese de doutoramento em radioastronomia no Instituto Max Planck de Radioastronomia.

Tornou-se membro científico da Max-Planck-Gesellschaft em 1986. É professor honorário da Ludwig-Maximilians - Universität München.

Genzel estuda astronomia infravermelha e submilimétrica. Foi dos primeiros cientistas a rastrear o movimento das estrelas no centro da Via Láctea. Participa também em estudos sobre formação e evolução das galáxias.

c/ Lusa

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