Noite histórica para os democratas. Trump admite que resultados das eleições "não foram bons para os republicanos"

O presidente norte-americano reconheceu uma série de derrotas eleitorais para os republicanos e admitiu que a última noite "não foi boa para os republicanos". Estas foram as primeiras declarações de Donald Trump depois da noite histórica para os democratas.

Mariana Ribeiro Soares - RTP /
Kevin Lamarque - Reuters

"Não acho que tenha sido bom para os republicanos; não acho que tenha sido bom, não tenho certeza se foi bom para alguém”, disse Donald Trump em declarações a senadores republicanos na Casa Branca, esta quarta-feira.

O republicano considera, no entanto, que a última noite foi “interessante” e diz ter “aprendido muito”.

"Pensei que poderíamos ter uma discussão depois de a imprensa ir embora sobre o que a noite passada representou, o que devemos fazer a respeito disso e também sobre a paralisação do governo, e como isso se relaciona com a noite passada”, declarou.

O presidente norte-americano afirmou que a ausência do seu nome nos boletins de voto foi o “fator mais importante” para a derrota dos republicanos, mas culpa também o “shutdown” do Governo.

"Acho que, se vocês lerem as pesquisas, a paralisação do governo foi um fator importante, negativo para os republicanos, e isso foi um fator significativo, e eles dizem que o facto de eu não estar nos boletins foi o fator mais importante”, disse Trump. O Governo dos EUA está paralisado desde 1 de outubro, após o Congresso não ter conseguido chegar a um acordo sobre um novo plano de financiamento.

Trump continuou com os ataques, afirmando que a paralisação é “um desastre criado pelos democratas” e culpa os “radicais democratas” no Senado de demonstrarem “zero interesse” em acabar com o impasse.

O presidente norte-americano avisou ainda que se os democratas chegarem ao poder, “será uma situação muito má”. No entanto, o presidente diz que se fizerem o que ele diz, os democratas nunca chegarão ao poder porque aprovará muitas leis “que são boas para o país”.
Noite histórica para os democratas
Os norte-americanos mostraram um cartão vermelho a Donald Trump nas eleições de terça-feira, naquelas que são vistas como um teste inicial à popularidade do presidente. As eleições fora do ano eleitoral, que ocorrem em anos sem eleição presidencial, são geralmente vistas como um teste inicial da opinião popular sobre o desempenho de um governo e com quais partidos os eleitores estão alinhados.

Em Nova Iorque, a vitória foi para o democrata Zohran Mamdani, que se tornou no primeiro presidente muçulmano da Câmara de Nova Iorque. O político de 34 anos, opositor acérrimo do presidente norte-americano, derrotou o principal rival, o independente Andrew Cuomo, ex-governador do Estado, por uma larga maioria.

A vizinha de Nova Iorque, Nova Jérsia, escolheu a democrata Mikie Sherrill em vez do empresário republicano Jack Ciattarelli. Mais a sul, na Costa Leste, a Virgínia elegeu a sua primeira mulher líder, a democrata Abigail Spanberger, e na Califórnia foi aprovado um projeto de lei para redesenhar o seu mapa eleitoral a favor dos democratas.

Os norte-americanos foram também chamados às urnas em Cincinnati, Atlanta, Detroit e Pittsburgh. Em todos eles, a vitória foi dos democratas. Os eleitores da Pensilvânia também votaram para manter os juízes liberais do Tribunal Supremo.
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