Norte-americano hoje em tribunal de Moscovo por acusação de tráfico de droga

por Lusa

Um cidadão norte-americano detido sob acusação de tráfico de droga em Moscovo compareceu hoje em tribunal, quando se registam crescentes tensões entre a Rússia e os Estados Unidos sobre a Ucrânia.

Segundo a agência noticiosa AP, Robert Woodland Romanov, detido em janeiro, pode enfrentar até 20 anos de prisão face às acusações de tráfico de droga enquanto membro de um grupo organizado.

O julgamento do norte-americano começou no final de março no Tribunal Distrital de Ostankino e, depois da comparência desta segunda-feira, está prevista uma nova audiência para a próxima semana.

Em janeiro, o Departamento de Estado dos Estados Unidos afirmou ter conhecimento das notícias sobre a recente detenção de um cidadão norte-americano e referiu que "não tem maior prioridade do que a segurança dos cidadãos norte-americanos no estrangeiro", sem acrescentar mais comentários, invocando questões de privacidade. A Embaixada dos EUA em Moscovo divulgou na altura uma declaração semelhante.

Os meios de comunicação social russos referiram que o nome do arguido coincide com o de um cidadão norte-americano entrevistado pelo popular diário Komsomolskaya Pravda em 2020.

Nessa entrevista, o homem disse que nasceu na região de Perm, nos Montes Urais, em 1991, e que foi adotado por um casal norte-americano quando tinha dois anos, acrescentado que a viagem para a Rússia visou encontrar a sua mãe biológica, que acabou por conhecer num programa de televisão em Moscovo.

O homem disse ao Komsomolskaya Pravda que gostava de viver na Rússia e decidiu mudar-se para o país. O jornal noticiou que o homem ficou na cidade de Dolgoprudny, nos arredores de Moscovo, onde trabalhava como professor de inglês numa escola local.

As detenções de norte-americanos na Rússia têm-se tornado cada vez mais comuns à medida que as relações entre Moscovo e Washington se equiparam aos níveis registados durante a Guerra Fria.

Washington tem acusado Moscovo de visar os seus cidadãos e de os utilizar como moeda de troca política, mas as autoridades russas insistem que todos os visados violaram a lei.

Alguns foram trocados por russos detidos nos EUA, enquanto para outros são menos claras as perspetivas.

Moscovo lançou uma ofensiva contra a Ucrânia em 24 de fevereiro de 2022, que mergulhou a Europa naquela que é considerada a crise de segurança mais grave desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

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