Novo governo na Guiné-Bissau só para a semana

por Lusa
Nuno Gomes Nabiam assegura que na próxima semana haverá um novo governo na Guiné-Bissau D.R.-Facebook

O primeiro-ministro da Guiné-Bissau, Nuno Gomes Nabiam, disse ter a confiança do presidente, depois da dissolução do parlamento, explicando que na próxima semana deverá ser conhecido um novo elenco governativo.

"Dissolvendo a assembleia, automaticamente cai o governo. O presidente reiterou a confiança no primeiro-ministro e para a semana o chefe do governo vai tomar posse e no mesmo dia ou dia seguinte vai ser conhecido o novo elenco governativo. E a vida continua", afirmou Nabian em Díli.

O chefe de governo falava à Lusa depois de um encontro com o primeiro-ministro timorense, Taur Matan Ruak, no arranque de uma visita a Timor-Leste por ocasião da investidura do novo presidente, José Ramos-Horta, e das comemorações dos 20 anos da restauração da independência.

Nuno Gomes Nabian considerou a dissolução do parlamento "um processo normal", dentro do que está previsto na constituição.

"O presidente decidiu dissolver a assembleia, reiterou a confiança no primeiro-ministro. Tudo isto são coisas que se desenvolvem no quadro da nossa Constituição", disse.

"Há crise e na nossa constituição a única pessoa que pode interpretar se de facto há crise ou não é o presidente. E ele entendeu por bem que há crise e tinha que se resolver a situação, dissolveu a assembleia num processo normal, com base na constituição e não há e não deve haver problema", sublinhou.

Recorde-se que o presidente guineense, Umaro Sissoco Embaló, decretou esta semana a dissolução do parlamento e marcou as eleições legislativas para 18 de dezembro.  

O decreto presidencial justifica a decisão de dissolução do parlamento com o facto de a Assembleia Nacional Popular "recusar de forma sistemática o controlo das suas contas pelo Tribunal de Contas" e por "defender e proteger, sob a capa da imunidade parlamentar deputados fortemente indiciados pela prática de crimes de corrupção, administração danosa e peculato".

Após a dissolução do parlamento, o chefe de Estado divulgou um outro decreto que reconduz no cargo o primeiro-ministro, Nuno Gomes Nabiam, e o vice-primeiro-ministro, Soares Sambú.

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