O que dizia há nove meses o braço direito de Trump? "Guerra no Mar da China Meridional"

Há nove meses, Steve Bannon, voz conotada com a extrema-direita e atual conselheiro do Presidente dos Estados Unidos, dava como garantida uma futura investida militar norte-americana contra interesses da China. E no Médio Oriente.

RTP /
Jonathan Ernst - Reuters

Se a possibilidade de um conflito militar entre os Estados Unidos e a China é vista por uns como um cenário distante, para Steve Bannon, atual conselheiro de Trump, esta é uma realidade que pode chegar em breve. A causa? As ilhas do Mar da China Meridional.

Em março do ano passado, na rádio Breitbart, o agora braço direito do Presidente norte-americano, antecipava uma guerra com a China nos próximos dez anos.

"Vamos para guerra no Mar da China Meridional. Sem dúvida", declarou Bannon. E ao mesmo tempo, acrescentava então o político, "os Estados Unidos também devem estar noutra grande guerra no Médio Oriente”.

"Há um islamismo expansionista e uma China expansionista. Certo? Eles são motivados. Eles são arrogantes. Eles estão em marcha. E eles acham que o ocidente judaico-cristão está em recuo", disse Bannon durante um programa de rádio em fevereiro de 2016.

Eram estes os vaticínios, há nove meses, de um dos homens aparentemente mais poderosos da nova Administração Trump.

É verdade que quase todos os mais recentes presidentes, de George W. Bush a Barack Obama, manifestaram durante a respetiva campanha eleitoral um discurso um tanto ou quanto agressivo contra a China, que depois não se concretizou nos mandatos. Até à data, Washington evitou dar este passo: Mas Donald Trump tem deixado pistas de que desta vez pode ser diferente.

O antigo número um do site de notícias Breitbart, agora estratega da Casa Branca, depressa se colocou sob os holofotes durante as primeiras semanas da Presidência de Trump.

Bannon foi nomeado para o Conselho Nacional de Segurança e teve um papel influente na recente lei anti-imigração com a assinatura do 45.º Presidente dos Estados Unidos.
A outra versão da guerra
O facto é que o colosso asiático garante que quase todo o Mar da China Meridional está sob a sua soberania.

Ao longo dos anos, Pequim tem construído ilhas artificiais em recifes e realizado patrulhas navais em águas internacionais. Além dos EUA, também outros países têm reivindicado a soberania da China sobre o Mar do Sul.

Desde a tomada de posse de Donald Trump, os militares chineses têm advertido que a guerra entre os dois países é uma possibilidade real.

"Não são apenas slogans de uma guerra, eles estão a tornar-se numa realidade prática", escreveu um oficial no site do Exército de Libertação Popular.

As declarações de Bannon e a sua influência no círculo de Trump ampliam o receio de um confronto militar com a China.

A guerra com a China tem sido premeditada pela nova Administração norte-americana. Também o secretário de Estado Rex Tillerson avisou que os EUA vão negar o acesso da China às sete ilhas artificiais. A generalidade dos especialistas avisa: qualquer bloqueio pode levar a uma guerra.
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