Acompanhamos aqui todos os desenvolvimentos sobre a ofensiva militar desencadeada pela Rússia na Ucrânia.
Durante uma ação de campanha para suceder Boris Johnson, Liz Truss considerou que tal "mostra que não se pode confiar numa palavra do que [Putin] diz".
"Ultrajante. A Rússia ataca a cidade portuária de Odessa menos de 24 horas depois de assinar um acordo para permitir exportações agrícolas. O Kremlin continua a usar alimentos como armas. A Rússia deve ser responsabilizada", apontou a diplomata.
16h48 - UE condena ataque russo ao porto de OdessaOutrageous. Russia strikes the port city of Odesa less than 24 hours after signing an agreement to allow shipments of agricultural exports. The Kremlin continues to weaponize food. Russia must be held to account.
— Ambassador Bridget A. Brink (@USAmbKyiv) July 23, 2022
EU strongly condemns Russian missile strike on Odesa’s seaport. Striking a target crucial for grain export a day after the signature of Istanbul agreements is particularly reprehensible & again demonstrates Russia’s total disregard for international law & commitments#StopRussia
— Josep Borrell Fontelles (@JosepBorrellF) July 23, 2022
O presidente ucraniano acusa a Rússia de violar sistematicamente os seus compromissos após o bombardeamento ao porto de Odessa, um dia após o acordo para a retoma das exportações de cereais ucranianos.
"Isso só prova uma coisa: não importa o que a Rússia diga e prometa, irá encontrar sempre maneiras de não o cumprir", disse Volodymyr Zelensky.
O secretário-geral da ONU, António Guterres, "condena inequivocamente" os ataques deste sábado ao porto ucraniano de Odessa, disse um porta-voz das Nações Unidas, acrescentando que todas as partes envolvidas na guerra Rússia-Ucrânia se comprometeram na sexta-feira a um acordo para a exportação de cereais dos portos ucranianos.
“Esses produtos são desesperadamente necessários para enfrentar a crise alimentar global e aliviar o sofrimento de milhões de pessoas necessitadas em todo o mundo”, disse o porta-voz da ONU, Farhan Haq, em comunicado. "A implementação total [do acordo] pela Federação Russa, Ucrânia e Turquia é imperativa”, sublinhou.
A embaixadora dos Estados Unidos em Kiev, Bridget Brink, defende que Moscovo deve ser responsabilizada pelo que descreve como ataque "ultrajante" na cidade portuária de Odessa, este sábado.
"O Kremlin continua a usar a comida como arma. A Rússia deve ser responsabilizada", escreveu a embaixadora dos EUA no Twitter.
Outrageous. Russia strikes the port city of Odesa less than 24 hours after signing an agreement to allow shipments of agricultural exports. The Kremlin continues to weaponize food. Russia must be held to account.
— Ambassador Bridget A. Brink (@USAmbKyiv) July 23, 2022
O porto de Odessa tem estado bloqueado desde o início da guerra. Segundo funcionários da ONU, o acordo ontem assinado deveria produzir efeitos dentro de algumas semanas, podendo os navios começarem a sair do porto com a sua carga, por canais previamente combinados e desminados.
Vladimir Putin tem "objetivos estratégicos claros" na reabertura do gasoduto Nordstream 1, e pode decidir interromper ou reduzir o fornecimento "a qualquer momento", avisa Stefan Lechtenböhmer, investigador do Wuppertal Institute para o Clima, Ambiente e Energia.
O Nordstream 1, que abastece a Alemanha e a Europa com gás russo, foi esta quinta-feira reativado, depois de dez dias de manutenção. Apesar disso, continua a incerteza sobre o futuro do gasoduto, com uma turbina ainda em trânsito e pendente de entrega.
"Embora cada metro cúbico de gás seja bom porque pode ser armazenado, para a Alemanha (e Europa) ainda faltará muito gás no inverno. E a Rússia poderia reduzir ou interromper o fornecimento a qualquer momento", apontou Stefan Lechtenböhmer em declarações à agência Lusa.
Ainda assim, o chefe do departamento de Energias de Futuro e Sistemas Industriais acredita que o problema pode ser resolvido, ou pelo menos minimizado, poupando gás, comprando gás russo se possível, e a outras fontes como Noruega e Holanda. Passa também por substituir o gás por outras energias em centrais elétricas ou indústrias com duplo combustível.
Olhando ao próximo inverno, os Estados-membros da União Europeia estão a procurar diversificar os seus fornecedores de gás, voltando-se, designadamente, para Estados Unidos, Qatar e Azerbaijão, entre outros países.
"Quanto mais confiantes estiverem os mercados de que isto irá funcionar, menos prováveis são os picos de preços. Apesar de tudo isto, parece ser ainda um enorme desafio e ainda não está claro se haverá gás suficiente para o inverno", sublinhou.
Stefan Lechtenböhmer lembra, ainda assim, que mesmo que a quantidade absoluta de gás seja suficiente, haverá ainda um "desafio infraestrutural".
"O fornecimento de gás na Alemanha virá predominantemente do Norte e do Oeste (em vez de grandes volumes vindos do Leste). Isto significa que poderá haver regiões no Sul e no Leste do país onde a chegada do gás seja mais difícil", apontou.
Para o investigador do Wuppertal Institute, a decisão de Putin de reabrir o gasoduto é pura estratégia com dois principais objetivos.
"Quer maximizar as receitas da Rússia com a venda de gás natural, e teve bastante sucesso até agora porque a interrupção do fornecimento resultou em preços mais altos que até agora parecem ter compensado a Rússia por vendas mais baixas", sublinhou como primeira meta do presidente russo.
"Quer prejudicar ao máximo a vontade e capacidade da Europa para apoiar a Ucrânia e a economia europeia e a nossa estabilidade política", continuou.
"Há até a hipótese de os europeus reduzirem agora os seus esforços para poupar gás e para se prepararem para uma paragem total do abastecimento russo no próximo inverno. Muitas pessoas pensam que o perigo imediato foi afastado, [pois] a Rússia está a fornecer gás. Se tivesse êxito com esta estratégia, ver-se-ia mesmo numa posição mais forte do que se não tivesse retomado o fornecimento de gás", explicou.
Lechtenböhmer concluiu que a Alemanha e a União Europeia precisam de se preparar com "extrema seriedade" para o próximo inverno.
Na quarta-feira, a Comissão Europeia propôs uma redução do consumo de gás na União em 15 por cento até à primavera. E não excluiu partir para uma redução obrigatória da procura.
(agência Lusa)
Três pessoas morreram na sequência de um ataque russo com 13 mísseis que atingiu um aeródromo militar e uma infraestrutura ferroviária na região central de Kirovograd, na Ucrânia, este sábado.
O governador, Andriy Raikovych, disse que dois guardas de segurança de uma subestação de eletricidade foram mortos. Segundo Raikovych, um soldado ucraniano também foi morto e outros nove ficaram feridos.
Raikovych afirmou ainda que os ataques danificaram a rede elétrica e que um distrito da capital regional Kropyvnytskyi ficou sem energia.
O ministro dos Negócios Estrangeiros russo espera que haja um auxílio consciente e construtivo, por parte das Nações Unidas e dos países ocidentais, no cumprimento dos acordos assinados. Sergei Lavrov diz que garantir a exportação dos cereais ucranianos e russos vai contribuir para a segurança alimentar e para a erradicação da fome no mundo.
O Presidente da Ucrânia diz que o acordo assinado para desbloquear a exportação de cereais é uma prova da resistência ucraniana. Volodymyr Zelensky teme que possa haver algumas provocações russas, pelo que avisa que cabe às Nações Unidas a responsabilidade de garantir que o acordo será cumprido por ambas as partes.
- “Vários ataques fortes” atingiram o centro de Kharkiv, a segunda maior cidade da Ucrânia, na manhã deste sábado, segundo anunciou o governador Ihor Terekhov no Telegram;
- O governador de Kirovograd também anunciou que um aeródromo militar e uma infraestrutura ferroviária foram atingidos por 13 mísseis russos este sábado, provocando vários mortos e feridos;
- A Ucrânia e a Rússia assinaram na sexta-feira um acordo com a ONU e a Turquia para retomar as exportações de cereais da Ucrânia a partir do Mar Negro. O acordo vai permitir que a Ucrânia, o quinto maior exportador de trigo do mundo e um grande exportador de milho e cevada, desbloqueie as 25 milhões de toneladas de cereais que estavam retidas, podendo assim evitar uma iminente crise alimentar global;
- O presidente da Ucrânia afirmou esta noite que o país tem disponíveis para venda dez mil milhões de dólares de cereais e terá a possibilidade de vender a colheita atual. Zelensky afirmou ainda que cabe às Nações Unidas fazer respeitar o acordo;
- O Ministro dos Negócios Estrangeiros russo, por sua vez, espera que haja um auxílio consciente e construtivo, por parte das Nações Unidas e dos países ocidentais, no cumprimento dos acordos assinados;
- Os Estados Unidos anunciaram na sexta-feira uma nova tranche de ajuda financeira à Ucrânia na ordem dos 270 milhões de dólares, onde se incluiu quatro sistemas de artilharia de precisão HIMARS;
- O Ministério da Defesa da Rússia disse que suas forças destruíram quatro lança-mísseis HIMARS, cedidos pelos Estados Unidos, entre os dias 5 e 20 de julho;
- Em declarações ao Wall Street Journal, o presidente da Ucrânia disse que parar o conflito em território ucraniano é dar uma oportunidade às forças da Federação Russa para descansarem para voltarem depois a atacar;
- O Reino Unido diz que a Rússia está "prestes a perder força" e a fazer uma pausa operacional, o que permitirá à Ucrânia recuperar. De acordo com Richard Moore, chefe do MI6, os russos "terão de fazer uma pausa" nas próximas semanas, o que dará oportunidade a Kiev para "contra-atacar".