Ofensiva russa na Ucrânia. A evolução da guerra ao minuto

por Andreia Martins, Mariana Ribeiro Soares - RTP

Gleb Garanich - Reuters

Acompanhamos aqui todos os desenvolvimentos sobre a ofensiva militar desencadeada pela Rússia na Ucrânia.

Mais atualizações


21h16 - Odessa, um alvo útil para a Rússia

Os enviados da RTP à Ucrânia sublinham as dúvidas e o ceticismo crescentes de Kiev sobre o acordo para a exportação de cereais.

19h04 - Reino Unido condena ataque "absolutamente terrível" ao porto de Odessa

Londres condenou hoje o ataque "absolutamente terrível" ao porto ucraniano de Odessa, um dia após o acordo assinado pela Rússia e pela Ucrânia para desbloquear a exportação das toneladas de cereais

"É absolutamente terrível que, apenas um dia após este acordo, Vladimir Putin, tenha lançado um ataque completamente injustificado a Odessa", disse a ministra dos Negócios Estrangeiros britânica e candidata a futura primeira-ministra, Liz Truss.

Durante uma ação de campanha para suceder Boris Johnson, Liz Truss considerou que tal "mostra que não se pode confiar numa palavra do que [Putin] diz".

"Precisamos de trabalhar urgentemente com os nossos parceiros internacionais para encontrar outra forma de tirar os cereais da Ucrânia sem envolver a Rússia e as suas promessas quebradas", defendeu.

(agência Lusa)

18h34 - Três mortos em ataque na região de Kirovohrad

De acordo com o governador regional, 13 mísseis russos atingiram um aeródromo militar e uma infraestrutura ferroviária. 

Dois seguranças e um soldado ucraniano morreram e nove soldados ficaram feridos, indicou o governador Andriy Raikovych.

O responsável referiu ainda que os ataques em causa interromperam a rede elétrica e um distrito da capital regional, Kropyvnytskyi, ficou sem energia.

17h11 - Embaixadora dos EUA na Ucrânia fala em ataque "ultrajante"

A embaixadora dos EUA na Ucrânia, Bridget Brink, recorreu ao Twitter para condenar este ataque "ultrajante".

"Ultrajante. A Rússia ataca a cidade portuária de Odessa menos de 24 horas depois de assinar um acordo para permitir exportações agrícolas. O Kremlin continua a usar alimentos como armas. A Rússia deve ser responsabilizada", apontou a diplomata.

16h48 - UE condena ataque russo ao porto de Odessa

O alto representante da União Europeia para a Política Externa e de Segurança, Josep Borrell, reagiu com indignação ao ataque deste sábado no porto de Odessa.

"A UE condena veementemente o ataque com mísseis russos ao porto de Odessa. Atingir um alvo crucial para as exportações de cereais, um dia após a assinatura dos acordos de Istambul, é particularmente repreensível", vincou Josep Borrell através do Twitter.

Considera ainda que o ataque em causa demonstra "mais uma vez, o total desrespeito da Rússia pelas leis e pelos compromissos internacionais".

16h15 - Moscovo vai encontrar sempre formas de não cumprir com "promessas", diz Zelensky

O presidente ucraniano acusa a Rússia de violar sistematicamente os seus compromissos após o bombardeamento ao porto de Odessa, um dia após o acordo para a retoma das exportações de cereais ucranianos.

"Isso só prova uma coisa: não importa o que a Rússia diga e prometa, irá encontrar sempre maneiras de não o cumprir", disse Volodymyr Zelensky.

15h17 - Rússia nega qualquer responsabilidade no bombardeamento do porto de Odessa

O ministro turco da Defesa Hulusai Akar, citado pela AFP, afirma que a Rússia nega a autoria do bombardeamento do porto de Odessa.

14h49 - Ucrânia diz que mísseis não causaram estragos sérios em Odessa

Segundo declarações da porta-voz militar Natalia Humeniuk à emissora oficial Suspilne, citada pela Reuters, foi atingida uma estação de bombeamento e desencadeou-se um fogo que danificou casas próximas do porto. Contudo, a área de armazenamento de cereais não foi atingida, nem há registo de baixas.

14h34 - Dois cidadãos norte-americanos abatidos no Donbass

O Departamento de Estado norte-americano, citado pela AFP, confirmou a morte de ambos, sem contudo precisar se se tratava de combatentes. O Departamento de Estado declinou também fornecer a identificação dos dois mortos.

14h05 - Zelensky diz que o bombardeamento de Odessa prova má fé dos negociadores russos

Segundo o presidente ucraniano, o bombardeamento do porto do Mar Negro é a prova de que a Rússia encontrará sempre formas de não implementar os compromissos que assume.

12h37 - Guterres "condena inequivocamente" ataques ao porto ucraniano de Odessa

O secretário-geral da ONU, António Guterres, "condena inequivocamente" os ataques deste sábado ao porto ucraniano de Odessa, disse um porta-voz das Nações Unidas, acrescentando que todas as partes envolvidas na guerra Rússia-Ucrânia se comprometeram na sexta-feira a um acordo para a exportação de cereais dos portos ucranianos.

“Esses produtos são desesperadamente necessários para enfrentar a crise alimentar global e aliviar o sofrimento de milhões de pessoas necessitadas em todo o mundo”, disse o porta-voz da ONU, Farhan Haq, em comunicado. "A implementação total [do acordo] pela Federação Russa, Ucrânia e Turquia é imperativa”, sublinhou.

12h16 - Embaixadora norte-americana pede que Rússia seja responsabilizada por ataque “ultrajante” a Odessa

A embaixadora dos Estados Unidos em Kiev, Bridget Brink, defende que Moscovo deve ser responsabilizada pelo que descreve como ataque "ultrajante" na cidade portuária de Odessa, este sábado.

"O Kremlin continua a usar a comida como arma. A Rússia deve ser responsabilizada", escreveu a embaixadora dos EUA no Twitter.

11h52 - Ucrânia apela à ONU e à Turquia para que forcem a Rússia a cumprir acordo sobre cereais

A Ucrânia pediu às Nações Unidas e à Turquia que garantam que a Rússia cumpre os seus compromissos sob o acordo para um corredor seguro para as exportações de cereais dos portos ucranianos do Mar Negro, disse o Ministério dos Negócios Estrangeiros este sábado, depois de Moscovo ter bombardeado o porto de Odessa, um dia depois de ter sido assinado um acordo para retomar as exportações de cereais da Ucrânia.

11h13 - Embaixador dos EUA em Kiev condena bombardeamento de Odessa

A embaixadora norte-americana na capital ucraniana condenou como "vergonhoso" o bombardeamento de Odessa e afirmou, segundo a Reuters, que a Rússia deve ser responsabilizada pelo facto.

11h04 - Segundo a Ucrânia, a Rússia "cuspiu na cara" da ONU com o bombardeamento de Odessa

10h54 - Mísseis russos atingem porto de Odessa

Mísseis russos atingiram a infraestrutura do importante porto do Mar Negro, pondo em causa o acordo ontem assinado para desbloquear a exportação de cereais por essa via.

O Comando Operacional Sul das Forças Armadas ucranianas referiu em telegrama citado pela agência Reuters que "o inimigo atacou o porto comercial de odessa com mísseis Kalibrcruise", acrescentando que dois atingiram a infraestrutura do porto e dois foram abatidos pelas defesas antiaéreas.

O porto de Odessa tem estado bloqueado desde o início da guerra. Segundo funcionários da ONU, o acordo ontem assinado deveria produzir efeitos dentro de algumas semanas, podendo os navios começarem a sair do porto com a sua carga, por canais previamente combinados e desminados.


10h08 - Orbán põe em causa falta de liderança europeia perante a guerra

O primeiro-ministro húngaro Viktor Orbán disse hoje que é necessária uma nova estratégia europeia perante a guerra na Ucrânia, afirmando que todo o continente se encontra ameaçado por uma perspectiva de recessão. Em declarações citadas pela agência Reuters, Orbán afirmou que as sanções económicas contra a Rússia se têm mostrado ineficazes e que é urgente entabular conversações de paz.

9h13 - Rússia pode interromper ou reduzir fornecimento de gás "a qualquer momento", avisa investigador

Vladimir Putin tem "objetivos estratégicos claros" na reabertura do gasoduto Nordstream 1, e pode decidir interromper ou reduzir o fornecimento "a qualquer momento", avisa Stefan Lechtenböhmer, investigador do Wuppertal Institute para o Clima, Ambiente e Energia.

O Nordstream 1, que abastece a Alemanha e a Europa com gás russo, foi esta quinta-feira reativado, depois de dez dias de manutenção. Apesar disso, continua a incerteza sobre o futuro do gasoduto, com uma turbina ainda em trânsito e pendente de entrega.

"Embora cada metro cúbico de gás seja bom porque pode ser armazenado, para a Alemanha (e Europa) ainda faltará muito gás no inverno. E a Rússia poderia reduzir ou interromper o fornecimento a qualquer momento", apontou Stefan Lechtenböhmer em declarações à agência Lusa.

Ainda assim, o chefe do departamento de Energias de Futuro e Sistemas Industriais acredita que o problema pode ser resolvido, ou pelo menos minimizado, poupando gás, comprando gás russo se possível, e a outras fontes como Noruega e Holanda. Passa também por substituir o gás por outras energias em centrais elétricas ou indústrias com duplo combustível.

Olhando ao próximo inverno, os Estados-membros da União Europeia estão a procurar diversificar os seus fornecedores de gás, voltando-se, designadamente, para Estados Unidos, Qatar e Azerbaijão, entre outros países.

"Quanto mais confiantes estiverem os mercados de que isto irá funcionar, menos prováveis são os picos de preços. Apesar de tudo isto, parece ser ainda um enorme desafio e ainda não está claro se haverá gás suficiente para o inverno", sublinhou.

Stefan Lechtenböhmer lembra, ainda assim, que mesmo que a quantidade absoluta de gás seja suficiente, haverá ainda um "desafio infraestrutural".

"O fornecimento de gás na Alemanha virá predominantemente do Norte e do Oeste (em vez de grandes volumes vindos do Leste). Isto significa que poderá haver regiões no Sul e no Leste do país onde a chegada do gás seja mais difícil", apontou.

Para o investigador do Wuppertal Institute, a decisão de Putin de reabrir o gasoduto é pura estratégia com dois principais objetivos.

"Quer maximizar as receitas da Rússia com a venda de gás natural, e teve bastante sucesso até agora porque a interrupção do fornecimento resultou em preços mais altos que até agora parecem ter compensado a Rússia por vendas mais baixas", sublinhou como primeira meta do presidente russo.

"Quer prejudicar ao máximo a vontade e capacidade da Europa para apoiar a Ucrânia e a economia europeia e a nossa estabilidade política", continuou.

"Há até a hipótese de os europeus reduzirem agora os seus esforços para poupar gás e para se prepararem para uma paragem total do abastecimento russo no próximo inverno. Muitas pessoas pensam que o perigo imediato foi afastado, [pois] a Rússia está a fornecer gás. Se tivesse êxito com esta estratégia, ver-se-ia mesmo numa posição mais forte do que se não tivesse retomado o fornecimento de gás", explicou.

Lechtenböhmer concluiu que a Alemanha e a União Europeia precisam de se preparar com "extrema seriedade" para o próximo inverno.

Na quarta-feira, a Comissão Europeia propôs uma redução do consumo de gás na União em 15 por cento até à primavera. E não excluiu partir para uma redução obrigatória da procura.

(agência Lusa)


8h35 - Três mortos em ataque russo na cidade ucraniana de Kirovograd

Três pessoas morreram na sequência de um ataque russo com 13 mísseis que atingiu um aeródromo militar e uma infraestrutura ferroviária na região central de Kirovograd, na Ucrânia, este sábado.

O governador, Andriy Raikovych, disse que dois guardas de segurança de uma subestação de eletricidade foram mortos. Segundo Raikovych, um soldado ucraniano também foi morto e outros nove ficaram feridos.

Raikovych afirmou ainda que os ataques danificaram a rede elétrica e que um distrito da capital regional Kropyvnytskyi ficou sem energia.

7h57 - Lavrov espera cooperação ocidental no cumprimento do acordo de cereais

O ministro dos Negócios Estrangeiros russo espera que haja um auxílio consciente e construtivo, por parte das Nações Unidas e dos países ocidentais, no cumprimento dos acordos assinados.
Sergei Lavrov diz que garantir a exportação dos cereais ucranianos e russos vai contribuir para a segurança alimentar e para a erradicação da fome no mundo.

7h45 - Cerais. Zelensky remete para ONU responsabilidade de fiscalização do acordo

O Presidente da Ucrânia diz que o acordo assinado para desbloquear a exportação de cereais é uma prova da resistência ucraniana.
Volodymyr Zelensky teme que possa haver algumas provocações russas, pelo que avisa que cabe às Nações Unidas a responsabilidade de garantir que o acordo será cumprido por ambas as partes.

7h30 - Ponto de situação:

  • “Vários ataques fortes” atingiram o centro de Kharkiv, a segunda maior cidade da Ucrânia, na manhã deste sábado, segundo anunciou o governador Ihor Terekhov no Telegram;

  • O governador de Kirovograd também anunciou que um aeródromo militar e uma infraestrutura ferroviária foram atingidos por 13 mísseis russos este sábado, provocando vários mortos e feridos;

  • A Ucrânia e a Rússia assinaram na sexta-feira um acordo com a ONU e a Turquia para retomar as exportações de cereais da Ucrânia a partir do Mar Negro. O acordo vai permitir que a Ucrânia, o quinto maior exportador de trigo do mundo e um grande exportador de milho e cevada, desbloqueie as 25 milhões de toneladas de cereais que estavam retidas, podendo assim evitar uma iminente crise alimentar global;

  • O presidente da Ucrânia afirmou esta noite que o país tem disponíveis para venda dez mil milhões de dólares de cereais e terá a possibilidade de vender a colheita atual. Zelensky afirmou ainda que cabe às Nações Unidas fazer respeitar o acordo;

  • O Ministro dos Negócios Estrangeiros russo, por sua vez, espera que haja um auxílio consciente e construtivo, por parte das Nações Unidas e dos países ocidentais, no cumprimento dos acordos assinados;

  • Os Estados Unidos anunciaram na sexta-feira uma nova tranche de ajuda financeira à Ucrânia na ordem dos 270 milhões de dólares, onde se incluiu quatro sistemas de artilharia de precisão HIMARS;

  • O Ministério da Defesa da Rússia disse que suas forças destruíram quatro lança-mísseis HIMARS, cedidos pelos Estados Unidos, entre os dias 5 e 20 de julho;

  • Em declarações ao Wall Street Journal, o presidente da Ucrânia disse que parar o conflito em território ucraniano é dar uma oportunidade às forças da Federação Russa para descansarem para voltarem depois a atacar;

  • O Reino Unido diz que a Rússia está "prestes a perder força" e a fazer uma pausa operacional, o que permitirá à Ucrânia recuperar. De acordo com Richard Moore, chefe do MI6, os russos "terão de fazer uma pausa" nas próximas semanas, o que dará oportunidade a Kiev para "contra-atacar".