Ondas de calor fizeram mais de 20 mil mortos na Europa

por RTP
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Um estudo independente diz que mais de 20 mil pessoas morreram devido às ondas de calor que se fizeram sentir este Verão na Europa. Os cientistas da World Weather Attribution afirmam que as temperaturas deste ano teriam sido "praticamente impossíveis" se não fosse a atual crise climática.

Em Inglaterra e no País de Gales, foram registadas 3.271 mortes em excesso comparativamente à tendência histórica entre 1 de Junho e 7 de Setembro, de acordo com o Gabinete de Estatística Nacional daqueles países - um número 6,2% mais elevado do que a média dos últimos cinco anos.

Em França, registaram-se 10.420 mortes em excesso durante os meses de Verão, segundo a agência governamental de saúde francesa. O excesso de mortes foi 20% mais elevado em regiões onde tinham sido emitidos alertas vermelhos de temperatura extrema.

Em Espanha houve 4.655 mortes atribuíveis ao calor entre Junho e Agosto.

Na Alemanha, a agência de saúde do governo estima que 4.500 pessoas morreram no país durante estes meses devido a temperaturas extremas.

Friederike Otto, professor de ciências climáticas no Grantham Institute for Climate Change and the Environment, afirmou que apesar de as temperaturas extremas serem responsáveis por milhares de mortes em todo o mundo todos os anos, ainda há "pouca consciência pública dos perigos que representam para a saúde humana".

O Verão de 2022 foi o mais quente de que há registo, de acordo com o serviço de alterações climáticas da União Europeia. Contudo, Eunice Lo, investigadora em alterações climáticas e saúde na Universidade de Bristol, afirma que este fenómeno vai ser cada vez mais frequente: "As ondas de calor estão a tornar-se mais frequentes e intensas à medida que o globo aquece, pelo que podemos esperar mais e mais quentes ondas de calor no futuro".

A investigadora deixou o aviso: o mundo precisa de se adaptar ao calor a longo prazo. "Isto inclui a construção de casas, escolas e hospitais que tenham boa ventilação e previnam o sobreaquecimento e o aumento de espaços verdes nas cidades".

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