ONU considera saída dos EUA de Acordo de Paris "grande desapontamento"

por Lusa

Nova Iorque, 01 jun (Lusa) - O porta-voz do secretário-geral da ONU disse hoje que a decisão dos EUA de abandonar o Acordo de Paris "é um grande desapontamento para os esforços globais para reduzir as emissões de gases e promover a segurança global."

"O Acordo de Paris foi adotado por todas as nações do mundo em 2015, porque reconhecem o imenso mal que as mudanças climáticas já estão a causar e a enorme oportunidade que a ação ao nível do clima oferece. [O acordo] oferece uma significativa, mas flexível, ferramenta de ação para os países", disse Stéphane Dujarric.

O porta-voz disse também "que a transformação idealizada no Acordo de Paris já está a acontecer" e que o secretário-geral da ONU, António Guterres, acredita no futuro do documento.

"O secretário-geral permanece confiante de que as cidades, estados e negócios dos Estados Unidos - bem como de outros países - vão continuar a mostrar visão e liderança necessárias para criar um crescimento económico resiliente, causador de baixas emissões, que crie postos de trabalho de qualidade e mercados de prosperidade para o século XXI", disse Dujarric.

O porta-voz disse também que "é crucial que os Estados Unidos permaneçam líderes nas questões ambientais" e que António Guterres "aguarda expectante a interação com o governo norte-americano e todos os atores dos EUA e à volta do mundo" para construir um futuro sustentável".

Numa comunicação nos jardins da Casa Branca, em Washington, Donald Trump confirmou hoje a saída dos Estados Unidos do Acordo de Paris e disse que está preparado para negociar um novo tratado.

Concluído em 12 de dezembro de 2015 na capital francesa, assinado por 195 países e já ratificado por 147, o acordo entrou formalmente em vigor em 04 de novembro de 2016, e visa limitar a subida da temperatura mundial reduzindo as emissões de gases com efeito de estufa.

Portugal ratificou o acordo de Paris em 30 de setembro de 2016, tornando-se o quinto país da União Europeia a fazê-lo e o 61.º do mundo.

O acordo histórico teve como "arquitetos" centrais os Estados Unidos, então sob a presidência de Barack Obama, e a China, e a questão dividiu a recente cimeira do G7 na Sicília, com todos os líderes a reafirmarem o seu compromisso em relação ao acordo, com a exceção de Donald Trump.

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