A prorrogação do estado de emergência na Turquia, instaurado após o golpe de Estado frustrado de julho de 2016, provocou "graves" violações dos direitos de "centenas de milhares de pessoas", incluindo algumas que foram torturadas, acusa a ONU esta terça-feira. A Turquia responde que este é um relatório "tendencioso" e "inaceitável".
Tortura e outros maus tratos, detenção arbitrária, privação do direito ao trabalho e liberdade de circulação e ataques à liberdade de expressão são algumas das situações denunciadas pela ONU.
O estado de emergência foi estabelecido na Turquia após o golpe de Estado frustrado em 15 de julho de 2015, atribuído pelas autoridades ao clérigo Fethullah Gülen, exilado nos Estados Unidos e que nega qualquer envolvimento.
"É claro que os sucessivos estados de emergência declarados na Turquia foram usados para restringir severamente e arbitrariamente os direitos humanos de um número muito grande de pessoas", acrescentou o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos.
Relatório "tendencioso" e "inaceitável", diz Turquia
Contudo, o Alto Comissariado da ONU reconhece "os complexos desafios que a Turquia teve de enfrentar em resposta à tentativa de golpe de Estado de 15 de julho de 2016 e a vários ataques terroristas".
A Turquia já veio responder que o relatório do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos é "tendencioso" e "inaceitável".
O relatório “contém informações distorcidas e falsas. É inaceitável para a Turquia", afirmou o Ministério das Relações Exteriores da Turquia em comunicado.