ONU exorta Arménia e Azerbaijão a respeitarem cessar-fogo

por Mário Aleixo - RTP
A ONU pede respeito pelo cessar-fogo na região de Nagorno-Karabakh. Reuters

Os países-membros do Conselho de Segurança da ONU pediram à Arménia e ao Azerbaijão que respeitem o cessar-fogo, previsto para entrar em vigor no domingo, na região de Nagorno-Karabakh.

Numa reunião à porta fechada na sede das Nações Unidas, em Nova Iorque, o Conselho de Segurança analisou a situação naquele pequeno território montanhoso, onde o reinício dos combates, em 27 de setembro, deixou já centenas de vítimas.

No encontro, organizado a pedido da França, da Rússia e dos Estados Unidos, os 15 países-membros do órgão da ONU associaram-se ao apelo do secretário-geral da organização, António Guterres, para que a trégua seja respeitada.

No sábado, Guterres condenou os ataques contra a população de Nagorno-Karabakh, em violação da trégua humanitária, acordada no sábado.

"Todas as intervenções dizem a mesma coisa: a situação é má e as duas partes devem parar e ter em conta os apelos do secretário-geral para um cessar-fogo", afirmaram vários diplomatas.

A Rússia, que ocupa atualmente a presidência rotativa do Conselho, está a trabalhar numa declaração nesse sentido, acrescentaram.

O texto, cujo conteúdo deverá ser aprovado esta semana pelos países-membros, vai também recomendar à Arménia e ao Azerbaijão que retomem as negociações sob a égide do grupo de Minsk, codirigido pela França, Rússia e Estados Unidos.Origem do conflito
A região de Nagorno-Karabakh, cuja população é maioritariamente arménia cristã, separou-se do Azerbaijão, muçulmano xiita turcófono, pouco antes da dissolução da antiga União Soviética, em 1991.

A secessão desencadeou uma guerra que causou 30 mil mortos. Em 1994, entrou em vigor um cessar-fogo, marcado por vários conflitos esporádicos, até 27 de setembro passado.

A "trégua humanitária" que devia ter entrado em vigor no domingo foi ignorada pelos dois lados, com acusações mútuas sobre novos ataques na segunda-feira. Um primeiro cessar-fogo negociado por Moscovo para 10 de outubro nunca foi respeitado.

A ONU adotou quatro resoluções sobre este conflito no início dos anos de 1990. Os combates atuais e os mais violentos desde 2016 entraram já na quarta semana.
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