A divulgação dos chamados Papéis do Panamá veio consubstanciar um aumento das atividades de narcotráfico na América Central, a par das redes de branqueamento de capitais. É o que mostra um relatório da ONU agora divulgado em Viena.
Os documentos provenientes da empresa Mossack Fonseca, com sede no Panamá, levaram à descoberta de uma "rede criminosa internacional dedicada a branquear o produto do narcotráfico", acrescenta-se no mesmo documento.
O INCB indicou ainda que as operações policiais "trouxeram à luz as redes internacionais existentes na América Central e no Caribe e os métodos que se utilizavam para o branqueamento do dinheiro provenientes de atividades criminosas, em particular o narcotráfico".
O organismo da ONU salienta que a DEA, agência dos Estados Unidos dedicada ao combate ao tráfico de droga, detetou um sistema de branqueamento baseado no contrabando de grandes quantidades de dinheiro e emissão de faturas falsas.
O ambiente também é afetado
Também em relação à lavagem de dinheiro, o INCB refere o grande impacto do narcotráfico no meio ambiente dos países da América Central e Caribe.
O relatório aponta a compra de superfícies florestais em zonas remotas, posteriormente transformadas em terras de cultivo, "que permitem aos grupos criminosos controlar o território nas regiões fronteiriças e realizar uma atividade que facilita o branqueamento de capitais".
"A desflorestação intensificou-se nas zonas afetadas pelo tráfico de droga, não só para a construção de estradas e pistas de aterragem clandestinas, mas também através do pagamento de subornos para que os habitantes locais abandonem as suas terras”, acrescenta.
Já em relação à violência o documento indica que os números decresceram nos últimos anos. Isto apesar do ainda elevado número de homicídios em 2016.