O novo Parlamento Europeu, saído das eleições europeias de maio, inicia esta terça-feira a legislatura 2019-2024. Isto quando em Bruxelas os chefes de Estado e de Governo da UE ainda tentam ultrapassar o impasse em torno das nomeações para os cargos de topo.
O primeiro ato da nona legislatura do Parlamento Europeu será precisamente a eleição, na quarta-feira, do presidente da assembleia, que chegou a estar agendada para hoje, mas que foi adiada por 24 horas, depois de o Conselho Europeu já ter falhado na cimeira de 20 e 21 de junho um compromisso.
Reportagem de Andrea Neves, correspondente da Antena 1 em Bruxelas
O Conselho Europeu terá que nomear as personalidades que presidirão à Comissão Europeia, ao próprio Conselho e ao Banco Central Europeu, além do cargo de Alto Representante da União Europeia para a Política Externa.
Ao Parlamento Europeu cabe cabe a eleição do seu presidente.
Cinco altos cargos políticos que costumam ser negociados em 'pacote', de modo a que sejam respeitados os equilíbrios partidários, geográficos e de género.
À falta de um acordo hoje em Bruxelas, o Parlamento avançará então para a eleição do seu presidente, mas sem ser no quadro de um entendimento global, o que dificultará todo o processo e levanta uma grande interrogação sobre quem poderá reunir uma maioria na assembleia.
Mecânica do parlamento
De acordo com o regimento do Parlamento, os candidatos à presidência da assembleia podem ser propostos por um grupo político ou por um vigésimo dos membros que compõem a instituição, ou seja, pelo menos 38 eurodeputados, realizando-se a eleição por escrutínio secreto.Além da eleição do presidente da assembleia, os 751 eurodeputados, entre os quais 21 portugueses, vão também eleger os 14 vice-presidentes e decidir a composição das comissões parlamentares (embora só na semana seguinte eleja respetivos presidentes e vice-presidentes).
Na quinta-feira de manhã, realizar-se-á o primeiro debate da nova legislatura com os presidentes do Conselho Europeu, Donald Tusk, e da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, sobre os resultados da últimas duas cimeiras de chefes de Estado e de Governo, dedicadas à agenda estratégica da UE para o novo ciclo até 2024 e ao processo de nomeações para os altos cargos institucionais da União.
C/ Lusa