Parlamento Europeu investiga socialista Maria João Rodrigues por assédio moral

por RTP
Caso as acusações sejam provadas, poderá ser temporariamente retirado à eurodeputada o subsídio de despesas diárias Antena 1

O Parlamento Europeu abriu uma investigação à eurodeputada Maria João Rodrigues, do Partido Socialista, depois de esta ter sido alvo de uma queixa de assédio moral por parte de um dos seus assistentes. Em 2017, Rodrigues foi considerada pela revista Politico como a oitava eurodeputada mais influente do Parlamento.

A antiga ministra para a Qualificação e o Emprego foi acusada de ter tentado reduzir a carga horária e o salário de uma funcionária da sua equipa após a licença de maternidade desta ter terminado.

Terá ainda pedido a um funcionário que se encontrava de baixa médica para realizar tarefas a horas tardias e exigido a outros membros da equipa que trabalhassem depois do horário de expediente.

Maria João Rodrigues já reagiu à polémica. “Confirmo que foi realizada uma queixa por parte de um assistente em relação a diferentes entendimentos sobre aquelas que são as tarefas profissionais de um assistente do Parlamento”, declarou.

“Existe um procedimento padrão para lidar com estas situações e definir uma boa solução, mas ainda temos de aguardar pelo resultado”, acrescentou a eurodeputada.

O caso está a ser investigado pelo comité do Parlamento Europeu responsável pela análise a queixas de assédio. Este comité avançou que o processo teve início em junho de 2018 e que, desde então, várias pessoas já foram ouvidas.Caso as acusações sejam provadas, poderá ser temporariamente retirado à eurodeputada o seu subsídio de despesas diárias, entre outras possíveis sanções.

Após a conclusão da investigação será enviado um relatório confidencial ao Presidente do Parlamento e, se tiverem sido encontradas provas de assédio, este deverá reconhecer as acusações contra a eurodeputada numa sessão plenária e anunciar as sanções a aplicar.

O Parlamento Europeu define assédio psicológico como “conduta imprópria” que seja “repetitiva ou sistemática e que envolva comportamentos físicos, linguagem falada ou escrita ou outros atos intencionais que possam enfraquecer a personalidade, dignidade ou integridade física ou psicológica de qualquer pessoa”.

Maria João Rodrigues é vice-presidente da Aliança Progressista dos Socialistas e Democratas, o segundo maior grupo político do Parlamento Europeu, e tem defendido a política apelidada de “pilar social” da Comissão Europeia, que visa reforçar os direitos dos trabalhadores.
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