Pedro Filipe Soares do BE contra "agenda do ódio" na capital francesa

por Lusa

O líder parlamentar do Bloco de Esquerda, Pedro Filipe Soares, defendeu hoje, em Paris, que a Europa não pode ter "uma resposta de ódio" aos atentados, pois essa é a agenda dos terroristas, de quem também os refugiados fogem.

Pedro Filipe Soares, que, acompanhado dos dirigentes bloquistas Joana Mortágua e Luís Fazenda, depositou hoje flores nas imediações da sala de concertos Bataclan, palco do mais sangrento atentado da passada sexta-feira à noite em Paris, advertiu que fechar as portas aos refugiados na sequência da nova onda de ataques é "condená-los" àquilo que a Europa considera condenável.

"Os refugiados estão a fugir do (auto-proclamado) Estado Islâmico, vêm para a Europa para fugir ao EI", sublinhou.

Falando aos jornalistas depois da homenagem às vítimas, que o Bloco de Esquerda prestou em conjunto com Jean-Luc Mélenchon, do Partido de Esquerda francês, Pedro Filipe Soares, disse que o seu objetivo foi deixar "uma mensagem de solidariedade mas também de significado político", no sentido em que "tem que haver uma resposta ao terror que seja forte, veemente, mas dentro do quadro da democracia"

"Se nós entrarmos numa escalada de violência, deixarmos imperar o ódio, então aquela que deveria ser a principal aprendizagem de todo este processo é a que nós não vamos ter, e vamos entrar na agenda precisamente que os terroristas queriam, porque eles querem polarizar a sociedade, querem garantir que o ódio impera, porque o ódio é o seu reinado", disse.

Para o dirigente bloquista, é necessário "responder a este flagelo com a tolerância, com a democracia, com a afirmação dos valores que a Europa levou ao mundo", e que é a garantia de facto que os europeus não estão a "dar uma vitória aos terroristas.

O grupo extremista autodenominado Estado Islâmico reivindicou no sábado, em comunicado, os atentados de sexta-feira em Paris, que causaram pelo menos 129 mortos, entre os quais dois portugueses, e 352 feridos, 99 em estado grave.

Oito terroristas, sete deles suicidas, que usaram cintos com explosivos para levar a cabo os atentados, morreram, segundo fontes policiais francesas.

Os ataques ocorreram em pelo menos seis locais diferentes da cidade, entre eles uma sala de espetáculos e o Stade de France, onde decorria um jogo de futebol entre as seleções de França e da Alemanha.

A França decretou o estado de emergência e restabeleceu o controlo de fronteiras na sequência daquilo que o Presidente François Hollande classificou como "ataques terroristas sem precedentes no país".

 

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