Bagdad, 16 fev 2020 (Lusa) - Pelo menos quatro foguetes atingiram hoje o centro de Bagdad, nomeadamente uma base iraquiana que conta com a presença de tropas da coligação internacional, liderada pelos Estados Unidos da América (EUA), mas sem causar mortos ou danos materiais significativos.
"Quatro foguetes Katiusha atingiram a capital Bagdad. Três deles caíram na Zona Verde [zona protegida militarmente e onde se encontram as embaixadas]", afirmou o Gabinete de Informação de Segurança do Governo do Iraque, de acordo com a agência de notícias EFE.
Segundo a agência de notícias AFP, um foguete caiu nas proximidades da embaixada dos EUA, na Zona Verde.
O quarto caiu numa sede do grupo armado xiita pró-Irão Mobilização Popular (Al-Hashd Al-Sha`abi), no leste da capital, causando danos apenas a um veículo.
O porta-voz da coligação internacional liderada pelos Estados Unidos, o coronel Myles B. Caggins III, confirmou através da sua conta no Twitter que "pequenos foguetes" atingiram a base às 03:24, hora local (00:24 em Lisboa).
O porta-voz disse que não há vítimas e que há uma investigação em curso sobre o incidente.
Nos últimos meses, houve vários ataques com foguetes contra bases militares iraquianas com a presença de tropas estrangeiras em Bagdad e outras partes do norte do país, mas nenhum grupo assumiu a responsabilidade até agora.
Washington acusa diretamente a milícia armada Kata`ib Hezbollah, que opera sob a proteção da Mobilização Popular.
Na sexta-feira, um número indeterminado de foguetes atingiu a base militar K1 em Kirkuk, no norte do Iraque, a mesma base onde em 27 de dezembro um empresário norte-americano morreu durante um ataque que causou uma escalada de tensão no Médio Oriente.
Em resposta, Washington atacou as posições do Kata`ib Hezbollah, causando 25 mortes nas suas fileiras. Posteriormente, centenas de manifestantes invadiram a embaixada dos EUA em Bagdad.
A escalada de tensão viveu o seu momento mais alto em 03 de janeiro, com um ataque norte-americano a Bagdad e no qual o poderoso general iraniano Qassem Soleimani e o número dois da Mobilização Popular, Abu Mahdi al-Mohandes, foram mortos.