Pequim exige explicações à morte de líder da comunidade chinesa em São Paulo

por Lusa

O embaixador da China no Brasil, Yang Wanming, pediu ao novo ministro brasileiro da Justiça e Segurança Pública para reforçar a investigação à morte de um líder da comunidade chinesa em São Paulo.

O diplomata disse a Anderson Torres, numa videoconferência, que o assassínio de Zhang Wei gerou "uma preocupação generalizada" entre os chineses que vivem no Brasil.

Zhang Wei, presidente da Associação Chinesa do Brasil, de 53 anos, foi morto a tiro na manhã de 6 de abril, enquanto fazia exercício num parque em São Paulo.

A China espera que o Ministério da Justiça e Segurança Pública e as forças de segurança de São Paulo "prestem atenção" ao caso e "entreguem os criminosos à Justiça o mais depressa possível", disse Yang Wanming.

Anderson Torres garantiu que o Brasil "atribui a maior importância" às preocupações chinesas e prometeu que o ministério vai reforçar a coordenação com as polícias locais para "proteger a segurança e legítimos direitos e interesses das instituições e cidadãos chineses no Brasil".

O ministro disse ainda que o Brasil quer aumentar a cooperação com a China, nomeadamente no combate aos crimes transfronteiriços.

Além destes crimes, a China gostaria ainda de trabalhar com o Brasil na apreensão de fugitivos à justiça e na recuperação de bens roubados, disse Yang Wanming.

A 8 de abril, dois dias após a morte de Zhang Wei, o Consulado-Geral da China em São Paulo avisou num comunicado que a situação de segurança pública "continua a deteriorar-se", devido ao impacto da pandemia da covid-19 e da "instabilidade social".

Os chineses são a quarta maior comunidade estrangeira de São Paulo, com mais de 300 mil pessoas, disse em janeiro o presidente da Câmara de Comércio e Indústria Brasil-China, Charles Tang.
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