Pequim lembra lei que prevê intervenção do exército chinês em Hong Kong

por Lusa

Pequim, 24 jul 2019 (Lusa) - O ministério da Defesa da China apontou hoje um artigo na lei de Hong Kong que permite que as forças armadas chinesas intervenham na região semiautónoma, durante certas crises de segurança pública.

Questionado sobre como reagirá Pequim face às "forças separatistas" em Hong Kong, o porta-voz do ministério, Wu Qian, referiu o Artigo 14 da Lei de Garrison, da antiga colónia britânica, sem oferecer mais detalhes.

O artigo estipula que o governo de Hong Kong pode pedir ajuda às tropas chinesas estacionadas na cidade "para manter a ordem pública".

Há sete semanas que milhões de moradores de Hong Kong protestam contra uma proposta de lei que permitiria extraditar criminosos para a China e pedem reformas democráticas.

"O comportamento de alguns manifestantes radicais (...) é absolutamente intolerável", comentou o porta-voz.

"Estamos a acompanhar de perto os acontecimentos em Hong Kong e, em particular, o violento ataque de radicais à delegação do Governo, em 21 de julho", acrescentou.

No domingo passado, manifestantes grafitaram e lançaram ovos contra a fachada do edifício do Gabinete de Ligação do Governo central em Hong Kong, quando quase meio milhão de pessoas desfilou nas ruas da cidade contra as emendas na lei da extradição e a exigir um inquérito independente sobre a atuação da polícia em manifestações anteriores.

O ataque danificou o emblema nacional da China, que está pendurado na frente do prédio, ao manchá-lo com tinta preta. O emblema foi substituído por um novo em poucas horas.

A transferência de Hong Kong e Macau para a República Popular da China, em 1997 e 1999, respetivamente, decorreu sob o princípio `um país, dois sistemas`, precisamente o que os opositores às alterações da lei garantem estar agora em causa.

Para as duas regiões administrativas especiais da China foi acordado um período de 50 anos com elevado grau de autonomia, a nível executivo, legislativo e judiciário, sendo o Governo central chinês responsável pelas relações externas e defesa.

 

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