Petróleo de derrame da plataforma Deepwater Horizon foi pior do que se observou na altura

por Lusa

O derrame de petróleo da plataforma da BP que explodiu no Golfo do México há dez anos foi ainda maior do que os satélites conseguiram captar na altura, segundo um estudo da Universidade de Miami publicado esta quarta-feira.

A explosão da plataforma, em 20 de abril de 2010, fez derramar quase mil milhões de litros de crude que cobriram uma área de cerca de 149 mil quilómetros quadrados, mas a investigação científica, publicada na revista Scientific Advances, permitiu concluir que uma parte do petróleo derramado ficou invisível aos satélites.

"Descobrimos que houve uma parte substancial do petróleo invisível aos satélites e às imagens aéreas", afirmou o principal autor do estudo, Igor Berenshtein, justificando que "o derrame só ficou visível a partir de uma determinada concentração à superfície".

Apesar de invisível, este petróleo foi tóxico para a fauna e flora marinhas, referem os cientistas.

"Os nossos resultados desafiam o senso comum sobre as consequências de derrames de petróleo, mostrando que o crude invisível e tóxico pode chegar além do que os satélites detetam em concentrações letais e sub-letais que chegaram a um vasto leque de vida selvagem no Golfo do México", afirmou a investigadora Claire Paris.

Com esta investigação, os cientistas viram "uma terceira dimensão do que antes era visto apenas como manchas à superfície", acrescentou.

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