A Frente Civil dos Direitos Humanos (CHRF) de Hong Kong cancelou, pela primeira vez em 18 anos, a manifestação de 1 de julho, data da transferência da soberania do território do Reino Unido para a China, em 1997.
Chung Chung-fai afirmou que as dificuldades enfrentadas pela organização, com alguns dos membros presos pela participação em manifestações não autorizadas pela polícia, e a certeza de que o protesto não teria a aprovação das autoridades levaram ao cancelamento.
Chung acrescentou que a plataforma pró-democracia, que inclui várias organizações, vai analisar em setembro, durante uma reunião geral, a dissolução, ou não, das atividades, já que perdeu força com a saída de alguns dos membros, devido à situação política na cidade.
No ano passado, a polícia de Hong Kong proibiu a manifestação pela primeira vez em 17 anos, uma decisão justificada pelo episódios violentos ocorridos durante os protestos antigovernamentais, em 2019, e por violar as restrições impostas para combater a pandemia da covid-19.
Os protestos antigovernamentais, iniciados na segunda metade de 2019, na sequência da apresentação de uma proposta de lei que previa a possibilidade de extradição judicial para a China, prologaram-se por vários meses na região semiautónoma.
A proposta foi retirada, mas Pequim aprovou, em 30 de junho de 2020, a lei da segurança nacional para o território, com penas que podem chegar à prisão perpétua para crimes de secessão, terrorismo ou conluio com forças estrangeiras, levando vários ativistas a refugiar-se no Reino Unido e em Taiwan.