Plataforma pró-democracia de Hong Kong cancela tradicional protesto de 1 de julho

por Lusa
Desta vez os protestos não saem à rua Reuters

A Frente Civil dos Direitos Humanos (CHRF) de Hong Kong cancelou, pela primeira vez em 18 anos, a manifestação de 1 de julho, data da transferência da soberania do território do Reino Unido para a China, em 1997.

Esta é a primeira vez, desde do início das manifestações, em 2003, que o evento não se vai realizar, devido a "dificuldades administrativas e à atmosfera política na cidade", disse um dos responsáveis da CHRF (sigla em inglês), citado pelo portal `online` Hong Kong Free Press.

Chung Chung-fai afirmou que as dificuldades enfrentadas pela organização, com alguns dos membros presos pela participação em manifestações não autorizadas pela polícia, e a certeza de que o protesto não teria a aprovação das autoridades levaram ao cancelamento.

Chung acrescentou que a plataforma pró-democracia, que inclui várias organizações, vai analisar em setembro, durante uma reunião geral, a dissolução, ou não, das atividades, já que perdeu força com a saída de alguns dos membros, devido à situação política na cidade.

No ano passado, a polícia de Hong Kong proibiu a manifestação pela primeira vez em 17 anos, uma decisão justificada pelo episódios violentos ocorridos durante os protestos antigovernamentais, em 2019, e por violar as restrições impostas para combater a pandemia da covid-19.

Os protestos antigovernamentais, iniciados na segunda metade de 2019, na sequência da apresentação de uma proposta de lei que previa a possibilidade de extradição judicial para a China, prologaram-se por vários meses na região semiautónoma.

A proposta foi retirada, mas Pequim aprovou, em 30 de junho de 2020, a lei da segurança nacional para o território, com penas que podem chegar à prisão perpétua para crimes de secessão, terrorismo ou conluio com forças estrangeiras, levando vários ativistas a refugiar-se no Reino Unido e em Taiwan.

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