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Polícia que disparou contra Daunte Wright acusada de homicídio

por Cristina Sambado - RTP
Nick Pfosi - Reuters

A agente da polícia que disparou contra Daunte Wright durante uma operação de trânsito, no domingo, foi detida e acusada de homicídio. Minnesota viveu a quarta noite consecutiva de protestos.

A agente Kim Potter, que estava no departamento de Polícia de Brooklyn Center há 26 anos, é acusada de homicídio em segundo grau pela morte do jovem afro-americano de 20 anos.

Kim Potter foi detida na Prisão do Condado de Hennepin e depois de pagar uma caução de cem mil dólares, foi libertada três horas depois.

Para Ben Crump, advogado da família de Daunte Wright o assassinato foi um “uso intencional, deliberado e ilegal de força”.

A lei estadual do Minnesota prevê que uma possa ser culpada de homicídio em segundo grau se for provado que demonstrou negligência, pela qual cria um risco irracional e “consequentemente corre riscos de causar morte ou dano corporal grave” a outra pessoa.

Kim Potter vai ser esta quinta-feira presente a tribunal. DaunteWright foi abordado durante uma operação de trânsito e acabou por morrer quando a agente alegadamente confundiu a pistola com um taser, arma que provoca uma forte descarga elétrica paralisante, mas que não é letal.

A acusação de homicídio em segundo grau acarreta uma pena máxima de 10 anos de prisão e uma multa de 20 mil dólares. Os procuradores devem provar que a agente policial foi “negligente” e assumiu o “risco irracional”, avança a Reuters.

Além disso vão também tentar provar que Kim Potter “anulou a sua responsabilidade de proteger a população quando usou a arma de fogo na vez do taser”.

“A ação causou o assassinato de Wright e deve ser responsabilizada”, sustenta a acusação.

Os procuradores acrescentam que a “pistola e o taser estavam em lados opostos do coldre, de tal forma que para puxar o dispositivo de choque elétrico teria de usar a mão esquerda. Em vez disso usou a mão direita para puxar da pistola Glock 9 mm com a mão direita”.

O presidente da Câmara de Brooklyn Center, Mike Elliott, apelou à população para que protestasse pacificamente.

“Com a informação de acusar a ex-polícia de homicídio em segundo grau, vem um período longo de luto, mágoa e raiva compreensível”, afirmou Meke Elliott.

“A nossa tarefa como cidade é permitir a expressão dessas vozes legítimas e criar um caminho para a cura e renovação da estabilidade e força como comunidade”, acrescentou.
Quarta noite de protestos A morte de Daunte Wright acontece numa altura em que Minneapolis está a assistir ao julgamento de George Floyd, um afro-americano de 46 anos suspeito de tentar passar uma nota falsa de 20 dólares, que foi morto em maio de 2021 por um agente policial.

Centenas de manifestantes juntaram-se no exterior da sede da polícia de Brooklyn Center, um subúrbio de Minneapolis, pela quarta noite consecutiva, participando num protesto pacífico.

Quando entrou em vigor o recolhimento obrigatório, a polícia apoiada pela Guarda Nacional juntou-se novamente para dispersar a multidão. Na última noite as autoridades usaram apenas gás pimenta e balas de borracha. Ao contrário das restantes em que lançaram gás lacrimogéneo contra os manifestantes.

Na última noite foram detidas duas dúzias de pessoas, a maioria por violar o recolher obrigatório. A polícia afirma que os protestos foram mais pacíficos do que na terça-feira, quando foram detidas 72 pessoas.
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