Polinésia: morte de dois bebés depois de serem vacinados

por RTP
Bassam Khabieh, Reuters

O primeiro-ministro Tuilaepa Sailele Malielegaoi de Samoa, na Polinésia, pediu uma investigação detalhada da morte dos dois bebés de um ano, que morreram depois de terem levado uma vacina. O chefe do Ministério da Saúde, Dr. Take Naseri, ordenou que a vacina fosse retirada do hospital e fossem suspensos os funcionários envolvidos.

O primeiro bebé, uma menina de um ano, morreu três minutos depois de ter sido injetada por uma enfermeira. Segundo o canal TV1 Samoa, enquanto a família da outra criança estava à espera, transmitiu notícias sobre a primeira morte. Embora os pais tenham recusado que o filho fosse vacinado, a enfermeira vacinou-o sem o consentimento deles. O bebé morreu depois de ser injetado.

“Já existem processos para determinar se a negligência foi um dos fatores. E, em caso afirmativo, tenho a certeza que esses processos serão implementados para assegurar que a tragédia não se volte a repetir e que os responsáveis sejam obrigados a responder”, disse o primeiro-ministro, depois de ter enviado condolências à família das crianças.

A diretora geral de Saúde, Leausa Take Naseri, suspendeu o programa de vacinação até a investigação estar concluída. A responsável de saúde pediu uma autópsia forense dos dois bebés.
"Também estamos preocupados com a segurança dos nossos trabalhadores, especialmente das enfermeiras que estão envolvidas. Agora são facilmente culpabilizadas - o dedo está apontado para as enfermeiras", disse o primeiro-ministro.
Vacina MMR
Segundo a Organização Mundial de Saúde, as vacinas previnem seis milhões de pessoas por ano a nível mundial. O sarampo, por exemplo, é uma das doenças com 99 por centro de erradicação nos países que seguem à regra o programa de vacinação.

"A maioria das crianças no mundo recebe esta vacina ou vacinas parecidas a esta", disse Helen Petousis-Harris, especialista em vacinas da Universidade de Auckland, na Nova Zelândia, em comunicado à CNN. "Nós temos dados de segurança sobre a vacina, entendemos os efeitos muito bem. Esse tipo de caso é extremamente raro”, acrescentou a especialista.

A vacina MMR conhecida em Portugal como VASPR (vacina tríplice contra o sarampo, papeira e rubéola) protege-nos dessas três doenças. É administrada em duas doses: a primeira é dada aos 12 meses de idade, e a segunda aos cinco anos.
Sarampo
O sarampo é uma das doenças infeciosas mais contagiantes. A ocorrência de surtos de sarampo acontece devido à existência de comunidades não vacinadas em alguns países europeus.
O vírus do sarampo inicialmente causa sintomas como febre, corrimento nasal, tosse e conjuntivite. Depois, em algumas situações podem surgir pontos brancos no interior das bochechas. O aparecimento de manchas em todo o corpo e febre alta são sintomas num estado mais avançado do vírus. Em casos raros, o vírus pode provocar danos cerebrais ou a morte. A vacinação contra esta doença é gratuita.
Papeira
Os principais sintomas deste vírus são a febre, dor de cabeça, cansaço, perda de apetite, inchaço e sensibilidade das glândulas salivares. A papeira pode levar à surdez, ao inchaço do revestimento do cérebro, da medula espinhal, dos testículos e ovários. Muito raramente este tipo de doença causa a morte. O vírus é transmitido através da tosse, saliva e espirros. Os sintomas por norma têm a duração de 10 dias, e quando o doente recupera fica imune para o resto da vida contra o vírus.
Rubéola
Também conhecido como “sarampo alemão”, os primeiros sintomas a manifestarem-se são dor de garganta, febre, dor de cabeça, irritação nos olhos e erupções cutâneas. Após cinco dias, aparecem manchas vermelhas em todo o corpo que dão comichão. A transmissão do vírus é feita através da respiração, fala ou tosse. A prevenção contra este vírus é feita através de vacinação.
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