Políticos guineenses devem mudar comportamento, afirma líder dos imãs

por Lusa

Bissau, 22 out (Lusa) - O presidente da União Nacional dos Imãs da Guiné-Bissau, Bubacar Djalo, pediu aos políticos guineenses para mudarem o seu comportamento e lembrarem-se que representam os guineenses.

"A Guiné-Bissau é o resultado das nossas atividades, das nossas ações, é isso que o mundo analisa quando pronuncia o nome da Guiné-Bissau e não o nome das pessoas. Pedimos à nossa classe política que mude o seu comportamento", afirmou Bubacar Djaló, em entrevista à Lusa.

Referindo-se ao atual impasse político no país, o imã referiu que os líderes religiosos, nomeadamente católicos, muçulmanos e evangélicos, tentaram intervir, mas essa intervenção "não surtiu efeito".

"Percebemos que temos que nos manter serenos porque não somos políticos. Não pode existir fricção de palavras entre religiosos e políticos", disse, sublinhando que apenas podem pedir às pessoas que mudem o seu comportamento.

Para o imã, o que une todos os guineenses é a Guiné-Bissau e a classe política representa toda a população.

"Temos de chamar a atenção da classe política para lhes dizer que não estão a conduzir (o país) segundo os nossos interesses coletivos, mas sim de acordo com os seus interesses. Que parem com isso, que mudem", pediu.

O atual Governo da Guiné-Bissau não tem o apoio do partido que ganhou as eleições com maioria e o impasse político tem levado vários países e instituições internacionais a apelarem a um consenso para a aplicação do Acordo de Conacri.

O Acordo de Conacri, promovido pela Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), prevê a formação de um Governo consensual integrado por todos os partidos representados no parlamento e a nomeação de um primeiro-ministro de consenso e da confiança do chefe de Estado, entre outros pontos.

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