Polónia em estado de alerta depois de míssil russo violar espaço aéreo

por Inês Moreira Santos - RTP
Gleb Garanich - Reuters

A Polónia decretou estado de alerta e ativou a Força Aérea para proteger a zona de fronteira com a Ucrânia. Uma ação em resposta a uma vaga de ataques de mísseis russos contra o território ucraniano, junto à fronteira polaca. Durante os ataques, a Rússia violou o espaço aéreo polaco com um míssil de cruzeiro lançado contra alvos no oeste da Ucrânia.

As forças russas lançaram ataques aéreos contra Kiev e a região em volta de Lviv, no oeste, durante a noite, informaram fontes oficiais.

"Há explosões na capital, a defesa antiaérea funciona. Não abandonem os refúgios", escreveu o autarca de Kiev, Vitali Klichko, no Telegram.Segundo a administração militar, os sistemas de defesa antiaéreos conseguiram repelir os ataques. Contudo, houve um alerta de que um dos mísseis entrou mesmo no espaço aéreo da Polónia.

"A 24 de março, às 4h23, houve uma violação do espaço aéreo polaco por um dos mísseis de cruzeiro lançados durante a noite pela aviação de longo alcance da Federação Russa", indicaram as Forças Armadas na rede social X.

"O objeto entrou no espaço polaco perto da cidade de Oserdow e permaneceu lá durante 39 segundos. Durante todo o voo, foi observado por sistemas de radar militares".
De acordo com um porta-voz do Exército da Polónia, o míssil russo entrou cerca de dois quilómetros no espaço aéreo polaco na madrugada deste domingo.

"Um desses mísseis às 04h23 cruzou o nosso espaço aéreo, movendo-se a uma velocidade de quase 800 quilómetros por hora", disse Jacek Goryszewski, citado pela Reuters. "Percorreu cerca de 2 quilómetros além da fronteira [com a Ucrânia]".

O governo polaco já reagiu e assegura que vai exigir explicações a Moscovo. O ministro da Defesa da Polónia acusou a Rússia de violar o direito internacional e garantiu que se o alvo russo fosse território polaco, o míssil teria sido abatido.

O exército ucraniano assegura que 18 mísseis e 25 drones lançados pela Rússia foram destruídos pelos sistemas de defesa aérea do país e que os ataques noturnos causaram apenas danos menores.

“Houve dois ataques preliminares à mesma instalação de infraestrutura crítica que os ocupantes atacaram durante a noite”, disse o governador de Lviv, Maksym Kozytskyi, nas redes sociais.
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