Portugal condena bombardeamentos em Rafah e pede "cessar-fogo imediato"

por Lusa

O Governo português condenou hoje os bombardeamentos de Israel a um campo de deslocados em Rafah, no sul da Faixa de Gaza, que causou dezenas de mortos, apelando a um "cessar-fogo imediato" e à "entrada urgente" de ajuda.

O Ministério dos Negócios Estrangeiros português manifestou consternação pelas vítimas civis, condenando "os bombardeamentos de ontem (domingo) em Rafah", numa nota publicada na rede social X.

"[O Governo português] Reitera o apelo a um cessar-fogo imediato, ao respeito pelo direito internacional e à entrada urgente de ajuda humanitária em Gaza", pode ler-se na nota.

O ministério liderado por Paulo Rangel divulgou ainda que manteve hoje, em Bruxelas, conversações com parceiros árabes e europeus sobre "propostas construtivas para ultrapassar a grave crise no Médio Oriente e pôr fim ao drama humanitário na Faixa de Gaza", partindo do "largo consenso sobre a solução de dois estados".

De acordo com as autoridades palestinianas, os bombardeamentos israelitas causaram pelo menos cerca de 50 mortos. O ataque israelita ocorreu horas depois de oito `rockets` terem sido disparados contra Telavive a partir de Rafah.

O braço armado do movimento islamita palestiniano Hamas declarou ter disparado "uma grande barragem de `rockets` em resposta aos massacres sionistas contra civis".

As Forças de Defesa Israelitas (IDF, na sigla em inglês) referiram que o ataque em Rafah "atingiu um complexo do Hamas, onde operavam terroristas importantes" do grupo islamita.

Já hoje, o Governo israelita prometeu investigar o ataque das suas forças militares.

"Vamos investigar o assunto. Foi realmente sério. Qualquer perda de vidas, de vidas civis, é algo sério e terrível", adiantou Avi Hyman, porta-voz do Governo israelita, durante uma conferência de imprensa, insistindo que Israel continua a tentar "limitar as perdas civis".

O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, classificou como "um incidente trágico" o ataque aéreo, que foi amplamente condenado pela comunidade internacional.

Em 07 de outubro de 2023, um ataque sem precedentes do Hamas em território israelita causou cerca de 1.200 mortos e duas centenas de reféns, segundo as autoridades de Telavive.

O Ministério da Saúde de Gaza, controlado pelo Hamas, indicou hoje que o número de pessoas mortas por fogo israelita desde 07 de outubro subiu para 36.050, enquanto o número de feridos subiu para 81.026.

Além disso, o ministério recorda diariamente que mais de 10 mil corpos continuam enterrados sob os escombros, sem que as ambulâncias ou equipas de socorro possam aceder a eles.

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