Portugal e São Tomé colocam saúde e educação no centro da cooperação para os próximos cinco anos

por Lusa

Portugal e São Tomé e Príncipe assinaram hoje em Lisboa o Programa Estratégico de Cooperação para o período 2021-2025, avaliado em 60 milhões de euros, com prioridade para as áreas da saúde e educação.

O programa, assinado pela secretária de Estado dos Assuntos Europeus, Ana Paula Zacarias, por parte de Portugal, e Edite Ten Jua, ministra dos Negócios Estrangeiros de São Tomé e Príncipe, "aumenta em quase 30% o valor do PEC anterior", referiu a governante portuguesa.

Ana Paula Zacarias sublinhou a "continuidade assegurada" da cooperação entre os dois países, "apesar da situação pandémica" que se vive e afirmou que o programa anterior foi executado de "forma bastante eficaz", sem especificar qual a taxa de execução, numa conferência de imprensa em que não foi dada a possibilidade aos jornalistas de colocarem questões.

"Conseguimos executar o programa anterior de forma bastante eficaz e dar-lhe agora continuidade, aumentando inclusive as áreas da nossa cooperação", afirmou a secretária de Estado, acrescentando que saúde e educação são as "duas grandes áreas prioritárias" do novo instrumento de cooperação entre os dois países.

Por seu lado, Edite Ten Jua corroborou esta indicação, sublinhando neste domínio particular a importância do programa "Saúde para Todos", que contempla as "áreas da saúde primária, secundária e terciária", sobretudo nesta situação de pandemia.

A governante são-tomense "agradeceu" ainda a Portugal o apoio no combate à pandemia, explicando que São Tomé e Príncipe contou "substancialmente com o apoio da parte portuguesa a todos os níveis", da prevenção ao processo de vacinação.

"Beneficiámos de vários lotes [de vacinas], oferta feita pela parte portuguesa aos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa e a Timor-Leste, que nos permitiram seguir com o processo de vacinação, sem qualquer interrupção. Permitam-me fazer este agradecimento" a Portugal, afirmou a ministra.

Além das áreas da educação e justiça, que considerou "extremamente importantes", a chefe de diplomacia são-tomense destacou a área da segurança.

"Um outro aspeto extremamente importante é a questão da defesa e segurança. São Tomé e Príncipe está localizado no Golfo da Guiné, temos muitas situações de pirataria nesta zona e contamos há muitos anos com o apoio da cooperação portuguesa para manter a segurança naquela região", explicou.

"É um assunto que preocupa os são-tomenses, mas não só. Preocupa todos aqueles que fazem a rota do Atlântico, é uma zona passagem de [navios] pesqueiros, [navios] cargueiros, petroleiros e todo o comércio internacional norte-sul acaba por passar por esta região. Portugal tem sido um parceiro estratégico nesta área em particular", apontou Edite Tem Jua.

Segundo a governante são-tomense, "este PEC tem algumas inovações", tendo sido abertas novas áreas de cooperação, nomeadamente no turismo.

"Entendemos que, considerando São Tomé e Príncipe que o turismo é um dos seus pilares de desenvolvimento, introduzimos este domínio de cooperação. Portugal tem muito para partilhar connosco neste setor", disse.

Outra das áreas novas é a da cooperação no domínio da comunicação social, em que "era necessário reforçar a cooperação", afirmou.

A governante são-tomense sublinhou ainda as necessidades de cooperação identificadas no domínio das indústrias transformadoras, em particular ligadas ao mar, sublinhando que "São Tomé é um conjunto de ilhas pequenas, mas tem um mar imenso".

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