Português dado como morto na Ucrânia ao serviço da Legião Internacional

Um combatente português ao serviço da Legião Internacional para a Defesa da Ucrânia foi este fim de semana dado como morto. O cidadão em causa estaria envolvido numa operação levada a cabo em território controlado pelas forças russas, indicou este domingo, em declarações à RTP, o secretário de Estado das Comunidades Portuguesas. José Cesário sublinhou tratar-se “informação oficiosa”.

Carlos Santos Neves - RTP /
O cidadão português terá perdido a vida durante uma operação em Kupiansk, integrado numa das brigadas da Legião Internacional Serhii Nuzhnenko - Radio Liberty via Reuters

Jerónimo Guerreiro, de 23 anos, bombeiro voluntário da Corporação de Sacavém, terá perdido a vida durante uma operação em Kupiansk, integrado numa das brigadas da Legião Internacional.
“O jovem em causa terá morrido no contexto de uma operação militar na zona de Kupiansk. Ele fazia parte dessa unidade, dessa Legião Internacional, mais concretamente da terceira brigada de assalto, e terá falecido, descreveu à RTP o secretário de Estado das Comunidades Portuguesas.

“Atenção, que se trata de uma informação oficiosa. Só podermos confirmar em definitivo o facto depois de sabermos se o corpo aparece, ou onde o corpo está”, ressalvou.

“Em, qualquer caso é muito provável que isto tenha acontecido. A própria família, neste caso a mãe do jovem, com quem contactei, confirma que terá recebido já essa informação do terreno”, prosseguiu o governante.Foi aventada a possibilidade de haver mais portugueses entre as baixas, mas não há confirmação.


Questionado sobre outras eventuais baixas entre combatentes portugueses, José Cesário afirmou que, no sábado, foi-lhe “transmitido que poderia haver outros casos”: “Até ao momento, não tive mais nenhuma informação”.

José Cesário admitiu desconhecer o número de portugueses a combaterem ao lado das tropas ucranianas.
“Não podemos obrigar nenhum português a informar-nos do que vai fazer para o estrangeiro. Recomendamos sempre vivamente que quem vai para o estrangeiro se registe no nosso registo do viajante. Não pedimos para as pessoas explicarem o que vão fazer”, sublinhou o secretário de Estado.

“Neste caso concreto, como não há envolvimento de Portugal na guerra, o que se trata é de uma opção pessoal desses cidadãos que decidiram ir combater lado a lado com os ucranianos em defesa do território da Ucrânia”, vincou.A embaixada portuguesa em Kiev está a proceder às diligências possíveis para reaver o corpo do cidadão português, mas admite que será difícil, tendo em conta que se trata de uma região sob controlo das forças da Rússia.

“Eu sei que a mãe do jovem, que contactei, está a sofrer uma dor imensa e a única coisa que nos pede é que ajudemos a recuperar o corpo. É uma situação dramática, sob o ponto de vista humano, que nos preocupa muito e faremos tudo o que pudermos para ajudar esta mãe a minorar a dor terrível que está neste momento a passar”.

O combatente português, indicou ainda o secretário de Estado das Comunidades, “estaria há cerca de um ano em cenário de combate, mas não é uma informação totalmente fidedigna”.
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