PPE exige demissão do presidente do Eurogrupo

por RTP
Yves Herman - Reuters

A iniciativa partiu do vice-presidente do grupo PPE, o espanhol Esteban Gonzalez Pons, mas foi subscrita por todos os deputados do grupo europeu do PSD e por um vasto grupo de deputados de várias delegações.

O texto que se pode ler numa carta da iniciativa Esteban Gonzalez Pons exige a demissão do presidente do Eurogrupo e um pedido formal de desculpas pelas recentes declarações: “Os países do Sul gastam todo o dinheiro com copos e mulheres”.

“Consideramos [as declarações que fez] inequivocamente discriminatórias e ofensivas contra vários países da UE, bem como ofensiva e sexista para com as mulheres”, pode ler-se na carta.

E acrescentam: "Em vez de se desculpar, disse que o problema é que não entendemos o estilo direto do discurso conhecido pela cultura calvinista. Em nossa opinião, a cultura calvinista não tem nada a ver com o desprezo pelas outras pessoas".

Paulo Rangel, que foi das primeiras vozes em Portugal a pedir a demissão do presidente do Eurogrupo, é também dos primeiros subscritores da carta enviada esta terça-feira ao socialista, Jeroen Dijsselbloem.

"Esta posição conjunta que subscrevi desde a primeira hora tem uma relevância política que só pode ter como consequência um pedido de formal de desculpas e a apresentação da demissão do presidente do eurogrupo. Perante a gravidade das declarações de carácter ofensivo e discriminatório não pode haver contemplações", disse Paulo Rangel, que se encontra em Malta a participar no Congresso do PPE.

O grupo de deputados referiu ainda que as declarações de Jeroen Dijsselbloem "atacam um dos valores mais importantes que sustentam a nossa União Europeia: a igualdade. Nas últimas seis décadas, todos nós conseguimos, Senhor Deputado Dijsselbloem, concretizar um sonho que antes parecia impensável: que os europeus fossem iguais em oportunidades, direitos e obrigações".

Numa cerimónia realizada terça-feira no Parlamento europeu, em Bruxelas, o presidente do Grupo Parlamentar, o alemão da CSU, Manfred Weber fez questão de registar o momento da assinatura.

Já o deputado José Manuel Fernandes, coordenador do grupo PPE para a comissão dos orçamentos, que representou o chefe da delegação portuguesa do PSD na cerimónia oficial de assinatura da carta pela direcção do Grupo PPE disse a que "Jeroen Dijsselbloem só lhe resta resignar. O Presidente do eurogrupo tem de ser credível e capaz de unir. A atitude maniqueísta de Dijsselbloem divide e desagrega".


"Muitos de nós não nos sentimos representados por si desde que conhecemos as suas declarações. É por isso que respeitosamente lhe pedimos novamente para pedir desculpas e renunciar à sua posição atual", pode ler-se em jeito de conclusão na mesma carta.
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