PR moçambicano lança centro de operações humanitárias no norte de Moçambique

por Lusa
Lusa

O Presidente moçambicano lançou hoje o Centro de Operações Humanitárias e de Emergência (COHE) da Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral (SADC) no norte do país, considerando-o "uma resposta concreta" aos desafios das mudanças climáticas na região.

"Consideramos este ato uma resposta concreta aos desafios decorrentes das mudanças climáticas e ao desígnio ao que nos propusemos quando assumimos a presidência da SADC", disse Filipe Nyusi, durante o lançamento do COHE em Nacala, na província de Nampula, que contou com a presença do Presidente do Botsuana, Mokgweetsi Masisi.

Segundo o chefe de Estado e também presidente em exercício da SADC, a iniciativa visa fazer face aos impactos decorrentes das mudanças climáticas e outras emergências associadas que "requerem uma intervenção rápida, coordenada e atempada em qualquer Estado-membro da SADC".

"A sobrevivência coletiva das nossas nações dependerá da mobilização rápida e coordenada de intervenções e ferramentas de sensibilização e preparação a fim de reforçar a resiliência das nossas comunidades", frisou o Presidente moçambicano.

A decisão de instalar na cidade costeira de Nacala o centro para promoção de estudos e ativação de alertas foi tomada em junho de 2020 em reunião virtual dos chefes de diplomacia da SADC.

De acordo com o chefe de Estado, citando dados do Banco Africano de Desenvolvimento, nas últimas duas décadas Moçambique perdeu, por ano, cerca de 150 milhões de dólares (126 milhões de euros) devido aos efeitos das mudanças climáticas.

"Tudo indica que esta ocorrência cíclica de eventos climáticos extremos será permanente e de maior intensidade e devastação", declarou Filipe Nyusi, lembrando os ciclones que devastaram o país em 2019.

Moçambique é considerado um dos países mais severamente afetados pelas mudanças climáticas no mundo, enfrentando ciclicamente cheias e ciclones tropicais.

Na época chuvosa 2020-2021 Moçambique foi assolado por eventos climáticos extremos com destaque para a tempestade Chalane e os ciclones Eloise e Guambe, além de outras semanas de chuva intensa e inundações.

As intempéries provocaram pelo menos de 96 mortes, afetaram 676.314 pessoas e causaram ainda 150 feridos, de acordo com dados do Governo.

O período chuvoso de 2018/2019 foi dos mais severos de que há memória em Moçambique: 714 pessoas morreram, incluindo 648 vítimas de dois dos maiores ciclones (Idai e Kenneth) de sempre a atingir o país.

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