Presidente da Comissão da União Africana lamenta mortes em explosões na Guiné Equatorial

por Lusa

O presidente da Comissão da União Africana (UA), Moussa Faki Mahamat, lamentou hoje as mortes resultantes das explosões de domingo em Bata, na Guiné Equatorial, e que causaram dezenas de mortos e centenas de feridos.

"As nossas mais sinceras condolências às famílias das vítimas e aos seus entes queridos, bem como ao povo e Governo da Guiné Equatorial na sequência das terríveis explosões em Bata", escreveu o presidente da Comissão da UA na plataforma social Twitter.

Várias explosões nos depósitos de armamento de um quartel na cidade portuária de Bata, na parte continental da Guiné Equatorial, destruíram quase totalmente as casas e edifícios num raio de cerca de mais de dois quilómetros.

Os números oficiais provisórios apontam que 31 pessoas morreram nos hospitais e entre 500 e 600 terão ficado feridas, embora haja discrepâncias nos números, mesmo dentro do próprio Governo da Guiné Equatorial.

Na sequência das explosões, consideradas acidentais, o chefe de Estado, Teodoro Obiang, lançou um apelo à comunidade internacional para que ajude a Guiné Equatorial, numa altura em que o país vive uma crise sanitária devido à pandemia de covid-19 e uma crise económica por causa da quebra dos preços do petróleo.

O embaixador da Guiné Equatorial em Lisboa, Tito Mba Ada, disse hoje à Lusa ter pedido oficialmente ajuda de emergência a Portugal e aos restantes membros da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP) na sequência destas explosões.

Tito Mba Ada descreveu à agência Lusa "um cenário de filme de guerra" no local e nas imediações do quartel onde aconteceram as explosões, adiantando que entre os feridos há amputados e muitas crianças traumatizadas.

De acordo com o vice-ministro da Saúde, Dámaso Mitoha Ondo`o, permanecem internadas mais de 220 pessoas.

A ministra dos Negócios Estrangeiros espanhola, Arancha González Laya, disse hoje através de uma mensagem publicada na sua conta do Twitter, que Espanha "procederá ao envio imediato de ajuda humanitária".

O Presidente, Teodoro Obiang Nguema, que governa este país da África Central há quase 42 anos, acusou agricultores das redondezas de terem permitido a propagação para o quartel de queimadas mal controladas, considerando que os soldados que estavam a guardar o arsenal foram "negligentes".

A Guiné Equatorial, um país rico em recursos, mas com largas franjas da população abaixo do limiar da pobreza, integra a Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP) desde 2014.

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