Presidente do Irão promete reconstrução rápida após sismo

por RTP
Reuters

O Presidente iraniano, Hassan Rohani, prometeu hoje reconstruir a área devastada pelo sismo de domingo no período mais curto possível. As autoridades deram entretanto como terminadas as operações de busca e salvamento. O sismo provocou mais de 400 mortos e foi decretado luto nacional.

O chefe de Estado iraniano chegou esta manhã a Kermanshah, capital da província homónima.
“Quero assegurar a todos os que sofrem que o governo começou a agir com todo o seu poder e que se esforça para resolver este problema o mais rapidamente possível”, disse à saída do avião no aeroporto de Kermanshah (420 quilómetros a sudoeste de Teerão), pouco depois das 09h30 (06h00 em Lisboa).

O oeste da província de Kermanshah, que faz fronteira com o Iraque, foi atingido na noite de domingo por um sismo que causou pelo menos 423 mortos e 7.370 feridos, segundo o mais recente balanço oficial iraniano. A televisão estatal refere que o número de mortos poderá atingir os 450.
No Iraque, as autoridades informaram que o sismo causou oito mortos e 336 feridos.

No que concerne à reconstrução, “peço a todos os funcionários do governo, a todos os líderes militares, a todas as fundações de caridade e às organizações não governamentais que ajudem a Fundação para a Habitação e que não façam nada separadamente", acrescentou Hassan Rohani.

A organização de caridade para-pública, a Fundação para a habitação foi criada pelo imã Khomeini, o fundador da República islâmica. O seu objetivo principal é ajudar os mais carenciados a ter habitação.

O Ayatollah Ali Khamenei já expressou as suas condolências às vítimas na segunda-feira e pediu que as agências governamentais façam tudo para ajudar.

Esta terça-feira foi decretado um dia de luto nacional em honra das vítimas.
Operações de buscas interrompidas
“As operações de busca na província de Kermanshah acabaram”, disse o responsável dos serviços de Emergência Médica, Pir-Hossein Kolivand na televisão estatal.

As autoridades iranianas assumem que a probabilidade de encontrar sobreviventes é muito baixa. Dezenas de aldeias foram afetadas e algumas delas ficaram totalmente destruídas. As construções mais recentes conseguiram oferecer alguma resistência ao sismo, mas as mais antigas terão ficado totalmente destruídas.

A preocupação agora é a de dar apoio aos inúmeros desalojados, que têm de enfrentar o frio intenso que se faz sentir.

“As necessidades imediatas das pessoas são agora de tendas, água e comida”, declarou na televisão estatal iraniana o General Mohammad Ali Jafari, chefe dos guardas da revolução, o exército de elite da República islâmica.

“Mais pessoas vão morrer devido ao frio. A minha família vive numa aldeia perto de Sarpol-e Zahab. Não consigo sequer chegar lá. Não sei se estão vivos ou mortos”, confessou Rojan Meshkat numa entrevista telefónica à agência Reuters. Os jornalistas internacionais não têm sido autorizados a entrar no território para reportar as consequências do sismo.

A Cruz Vermelha iraniana argumenta que foi providenciado abrigo de emergência para centenas de desalojados, mas a falta de água e eletricidade, bem como estradas cortadas em algumas regiões estão a dificultar a ajuda necessária.

Os hospitais acolhem o máximo de feridos possíveis. Aqueles com lesões mais graves foram enviados para unidades hospitalares em Teerão.

“Precisamos de ajuda. Precisamos de tudo. As autoridades devem acelerar a ajuda”. As palavras são de uma jovem que ficou desalojada em Sarpol-e Zahab, uma das cidades que foi mais atingida (pelo menos 280 mortos), dizendo à televisão estatal que a sua família ficou exposta ao frio da noite por ausência de tendas de abrigo.

Depois do sismo de domingo, de 7.3 na escala de Richter, foram sentidas mais de 193 réplicas.

c/Lusa
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