Presidente insiste que Portugal deve avançar com reparação histórica às antigas colónias

por RTP

O Presidente da República insiste que o Governo português deve avançar com a reparação histórica às antigas colónias. Marcelo Rebelo de Sousa considera que o país deve assumir um processo que não pode ficar "debaixo do tapete". Sugeriu como exemplo o perdão de dívidas, cooperação e financiamento.

O Presidente da República defende que não basta pedir desculpas pelos aspetos negativos do colonialismo. Marcelo Rebelo de Sousa esteve na inauguração do Museu Nacional da Resistência e Liberdade, em Peniche, e esclareceu algumas posições e declarações que fez nos últimos dias.

O presidente da República sublinhou que não basta pedir desculpa pelas ações de Portugal durante o período de colonialismo.

Para o Presidente, é preciso retirar consequências e encontrar formas de reparação às antigas colónias. Marcelo Rebelo de Sousa afirma que Portugal deve liderar este processo e não deve ignorar o assunto nem varrê-lo para debaixo do tapete.

"Não podemos meter isto debaixo do tapete ou dentro da gaveta. Temos obrigação de pilotar, de liderar este processo, porque se nós não o lideramos, assumindo, vai acontecer o que aconteceu com países que, tendo sido potências coloniais, ao fim de x anos perderam a capacidade de diálogo e de entendimento com as antigas colónias", alertou.

Marcelo encontrou exemplos de como o país o pode fazer: com o perdão de dívidas, a cooperação, a concessão de linhas de crédito e de financiamento que, disse, têm sido estabelecidos.

Questionado pelos jornalistas, o Presidente da República defendeu que o atual Governo deveria continuar com o processo de levantamento dos bens patrimoniais das ex-colónias em Portugal, iniciado pelo anterior Governo, para posteriormente devolvê-los.

"É uma questão que tem que ser tratado pelo novo Governo, em respeito com as funções executivas do Governo e tem que ser tratada em contacto com esses estados", disse.

Além do património das ex-colónias, Marcelo Rebelo de Sousa lembrou que "está por resolver" também os problemas dos antigos combatentes e dos "espoliados" dos seus bens nas ex-colónias e obrigados a regressar a Portugal.

c/Lusa
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